São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2000


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PAINEL DO LEITOR

Guerra das peruas

"Trabalho e dignidade são dois direitos que a Constituição nos assegura. Mas no Brasil e mais especificamente em São Paulo esses direitos vêm sendo ignorados pelas autoridades. É inadmissível que se faça o que vem sendo feito com os perueiros, impedir pessoas de trabalhar dignamente. Num país onde as oportunidades de emprego estão cada vez mais difíceis, é incabível proibir uma pessoa de trabalhar. A legalização dessas lotações e a educação aos seus condutores traria benefícios tanto à população (que necessita de transporte) quanto à prefeitura (aumentando sua arrecadação e criando empregos). É importante entender que, quanto mais trabalho criarmos, mais pessoas estaremos afastando da marginalidade. Não será a polícia nem o Exército que resolverão esse problema. Ele só pode ser resolvido com bom senso, o que parece estar faltando no gabinete do prefeito."
Ricardo Nunes Viel (Lins, SP)

"É sintomática da atual tratativa da opinião brasileira a maneira como vem sendo conduzida a crise do transporte público paulistano. Quem acusa, quem incita a violência, quem desobedece às leis transportando vidas sem a devida licença, sem a habilitação adequada, sem o respeito ao Código Brasileiro de Trânsito aparece na imprensa como a vítima. A versão que eles dão a fatos lamentáveis como os conflitos com a GCM e o triste acidente em Santo Amaro tem mais espaço e credibilidade que a palavra das autoridades responsáveis pela ordem pública. A que triste ponto chegou a deterioração das instituições. E não apenas as públicas."
Liliam Rosalves (São Paulo, SP)

Esclarecimento

"Sobre artigo publicado dia 6/2 nesta Folha, assinado pelo jornalista Janio de Freitas, cabe esclarecer que toda a nova política de apoios culturais e patrocínios da Petrobras está sendo definida em seminários com a participação dos organismos de comunicação da companhia, sendo prevista a sua aprovação pela diretoria-executiva. Essa política tem sido debatida nos últimos cinco meses e visa, justamente, a criar uma série de normas de conhecimento público para que as decisões sejam colegiadas, e não dependentes de um homem só. Com relação à contratação de consultorias externas, informo ser parte da cultura da Petrobras buscar no Brasil ou no exterior os apoios para o desenvolvimento de suas políticas e certificação de seus procedimentos.
Devido a esse esforço, todos os projetos apoiados pela Petrobras estão sendo analisados. É o caso do co-patrocínio ao Centro Cultural Banco do Brasil e também o patrocínio da Orquestra Petrobras Pró-Música.
Infelizmente o Projeto Seis e Meia foi descontinuado por razões especiais decorrentes de desentendimentos entre os herdeiros da obra do grande Albino Pinheiro. Cabe registrar não haver nenhum sentido na afirmação de que a Petrobras pretenda retirar-se da cena cultural carioca. É no Rio de Janeiro que está a sede da companhia; é das bacias situadas ao largo da costa do Rio que se extrai 70% do petróleo brasileiro; estão no Rio (e continuarão) os maiores investimentos em projetos culturais, esportivos e sociais da Petrobras.
Por fim, lamento que o jornalista não tenha se dignado a ligar para a Petrobras, onde teria previamente informações que enriqueceriam a sua visão, de acordo com os princípios básicos do bom jornalismo."
Alexandre Machado, consultor da presidência da Petrobras (Rio de Janeiro, RJ)
Resposta do jornalista Janio de Freitas - Reavaliar êxitos como o Centro Cultural Banco do Brasil e a Orquestra Petrobras Pró-Música?

Padre Marcelo

"Em entrevista à Folha, o padre Marcelo Rossi demonstra humildade e coerência dignas dos grandes santos. Primeiro afirma que seu sacerdócio é o equilíbrio perfeito entre o social e o espiritual. Em seguida, afirma ter ido para a Renovação Carismática, mas se declara não-carismático."
Marcos Roberto Becker (São Bernardo do Campo, SP)

"A responsabilidade do crescimento brasileiro no âmbito social e econômico depende da ação conjunta entre governo e civis. O exercício da cidadania, portanto, faz-se imperativo, não bastando simplesmente o paliativo "conforto espiritual" proposto pelo padre Marcelo Rossi. Não são preferências e posições políticas que estão em discussão, mas, sim, as intempéries como miséria e violência, que dizimam o povo e são responsáveis pela derrocada do país. Precisamos sair dessa letargia e nos engajar na luta por um Brasil melhor."
Fernanda Isabel Bitazi (São Paulo, SP)

Inspeção

"Ao mesmo tempo em que parabenizo a Folha pela reportagem sobre inspeção sanitária (Cotidiano, 16/1), pretendo esclarecer dois problemas de edição na reportagem "Governo promete criar agência este ano", na qual fui citado. Primeiro, eu não afirmei que o SIF (Serviço de Inspeção Federal) não tem condições de verificar "nem 20% do abate no país". O que eu disse ao repórter, ao discutirmos algumas medidas equivocadas do governo nessa área, foi que um estudo realizado no Estado de São Paulo, em 1997, estimou que a capacidade instalada de desossa nos frigoríficos inspecionados pelo SIF era de 20% do abate de bovinos. Portanto, a exigência de desossa e embalagem da carne nos frigoríficos para combater a clandestinidade não poderia ter dado resultados satisfatórios. O segundo diz respeito à criação da Agência Nacional de Defesa Agropecuária. Eu afirmei que, se isso servir para desbloquear a contratação de inspetores e agilizar a modernização do SIF, então não há por que discordar da sua implantação. O que não se pode admitir é a continuidade do esfacelamento a que vem sendo submetido o órgão oficial, que há mais de 80 anos contribui fortemente para que o país tenha uma indústria de produtos de origem animal digna de respeito. Isso foi interpretado como uma defesa "da manutenção do SIF nos moldes atuais"."
Pedro Eduardo de Felício, presidente da Associação Brasileira de Ciência de Carnes (Campinas, SP)

Governo austríaco

"Estranhei a ausência de posicionamento de nosso país perante a vitória de Joerg Haider na Áustria, a qual sugere um representativo sinal de revigoramento dos "valores eugênicos" implantados por seu compatriota Hitler há 60 anos, cuja ampla tragédia envergonha a condição humana."
Frida Berenstein (Curitiba, PR)

Artigo

"Quero registrar o meu repúdio pelas expressões ofensivas aos animais usadas por Salman Rushdie (Mundo, 6/2), como "a cadela que pariu Hitler está no cio mais uma vez" e a comparação da Europa passar a ser a reencarnação de uma cadela saída dos esgotos. De onde ele tirou essa idéia? Por mais que ele odeie Hitler, o que uma cadela tem a ver com isso?"
Marina Lefevre Massariol (São Vicente, SP)


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