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FERNANDO RODRIGUES
Fidelização do pobre
BRASÍLIA - Lula lançou ontem mais uma parte do seu programa de fidelização do eleitor pobre. O pacote de
incentivos à construção civil e habitação popular é um bálsamo para
ajudar a consolidar o voto dos menos
favorecidos na seara petista.
A estratégia é clara. Lula mostra
não estar a passeio nessa empreitada.
O pacote anunciando ontem prevê a
liberação por bancos públicos e privados de um total de R$ 18,7 bilhões
para habitação e construção civil
neste ano. Também foi zerado o IPI
(Imposto sobre Produtos Industrializados) de 13 itens usados na construção. É muita coisa.
A pesquisa Datafolha do último fim
de semana mostrou Lula se recuperando, sobretudo entre os mais pobres. Com as medidas anunciadas
ontem, a idéia é fazer com que esse
naco do eleitorado não se disperse até
o dia 1º de outubro.
Há uma certa euforia no ar dentro
do Palácio do Planalto. Beira o impróprio. Ontem, dentro do local reservado a autoridades, uma claque se
levantou antes da fala presidencial.
Bem treinados, gritaram: "Lula de
novo, moradia para o povo".
Para dar, vá lá, credibilidade ao
evento, outro fato inusitado na cerimônia: a projeção de uma reportagem do "Jornal Nacional", da TV
Globo, afirmando que os investimentos de Lula na habitação popular são
maiores do que os de FHC.
Presente ao evento grande fauna
política. O ex-deputado Ronivon
Santiago (PP-AC), cujo mandato foi
anulado pela Justiça sob a acusação
da compra de votos, apareceu para
"prestigiar o pessoal". Feliz, Ronivon
assistiu tudo à frente de Lula.
Depois do pacotaço da habitação,
Lula seguiu em viagem para a África
-onde reforçará uma vez mais a sua
imagem de presidente preocupado
com os pobres. Essa é a chave do discurso reeleitoral do petista. Fidelizar
o eleitorado menos favorecido ao seu
redor. A oposição precisa correr.
@ - frodriguesbsb@uol.com.br
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