São Paulo, sexta-feira, 08 de março de 2002

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ELIANE CANTANHÊDE

Guerra é guerra

BRASÍLIA - Roseana Sarney (PFL) está na dianteira na ação política, nos espaços da mídia e nas pesquisas entre os governistas. E é com esse cacife que ela parte agora para uma disputa feroz com José Serra (PSDB) pelo apoio do PMDB.
Enquanto Serra pressiona pela aliança PSDB-PMDB de cima para baixo, Roseana quer fazer justamente o contrário: uma aliança PFL-PMDB de baixo para cima, ou seja, das eleições estaduais para a nacional. Tenta, assim, colocar a seu favor a verticalização das coligações, decidida pelo TSE e tida e havida como golpe pró-Serra.
A tentativa do PFL é fazer um acordo com o PMDB na base do vai-ou-racha. Os peemedebistas apoiariam Roseana para a Presidência, e os pefelistas dariam em troca a cabeça de chapa ao PMDB nos três principais Estados do país: São Paulo, Rio e Minas. É tentador.
No Rio, o beneficiário pode ser o deputado Sérgio Cabral Filho. Em Minas, o governador Itamar Franco. Cada vez menos candidato à Presidência e mais à reeleição, ele poderá ficar à vontade para se aliar a um partido que "não é mais governista".
Em São Paulo, o PFL estava praticamente noivo do governador Geraldo Alckmin (PSDB), mas se assanha para o deputado Michel Temer (PMDB). Pefelistas já conversaram com Temer e com Quércia.
Alckmin tem de começar a desenhar sua candidatura quase do zero após a decisão do TSE, pois perde o PFL, o PPS e o PTB, todos alinhados com outras candidaturas nacionais que não a de Serra. Mas Alckmin ainda tem seus trunfos.
Como o próprio PFL analisa, a eleição em São Paulo tem tudo para desembocar num segundo turno entre Alckmin e Paulo Maluf (PPB). Alckmin, então, puxaria todo mundo para o barco dele novamente.
Roseana está em todas as manchetes todos os dias, Serra só aparece em situação desvantajosa e Lula sumiu. A sete meses, pode não significar muita coisa. Mas, hoje, a sensação é que Roseana está se fortalecendo. Para quem já estava forte...



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