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GUERRA NO TRÂNSITO
Acidentes são, por definição,
fortuitos e, portanto, em algum
grau inevitáveis. Isso não significa
que devam ser aceitos com resignação, sobretudo quando matam cerca
de 30 mil pessoas por ano, como
ocorre com os acidentes automobilísticos no Brasil. E para cada óbito,
duas a quatro vítimas sobrevivem
com seqüelas graves.
Segundo especialistas, os dois fatores evitáveis que mais contribuem
para provocar mortes são o álcool e o
excesso de velocidade. Alguém que
dirija em estado de embriaguez pode
ser condenado a detenção por período de seis meses a três anos, além de
ser multado e perder a habilitação.
Infelizmente, entre a lei e sua efetiva
aplicação, é grande a distância. Pesquisa feita por médicos do Hospital
das Clínicas revelou que quase 50%
dos motoristas mortos em acidentes
tinham concentração de álcool no
sangue superior à permitida.
Quanto à velocidade, além dos riscos mais conhecidos, sabe-se que
atropelamentos a 40 km/h poupam
85% das vítimas. Se a velocidade é de
60 km/h, sobrevivem apenas 30%.
Quando o veículo está a 80 km/h ou
mais, não há virtualmente quem escape. A tecnologia já permite implantar controles de velocidade, que
vão dos chamados radares, espalhados pela cidade, até bloqueadores
instalados nos veículos ainda na fábrica. Como bem pergunta o urbanista especializado em trânsito Nazareno Stanislau Affonso, por que liberar carros que atingem velocidades
acima das máximas permitidas? A
França, por exemplo, já cogita instituir bloqueio de aceleração. Manifesto lançado ontem por entidades brasileiras estimula o debate sobre o tema também entre nós.
Por fim, é preciso considerar o vertiginoso aumento do número de motocicletas no país. Seus usuários são
vistos pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) como extremamente
vulneráveis. É preciso adotar medidas específicas para prevenir acidentes com motos e melhor disciplinar
sua presença no trânsito.
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