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FERNANDO RODRIGUES
Decisão antes do segundo turno
BRASÍLIA - É improvável, para não dizer impossível, algum candidato a
presidente da República conseguir
50% mais um dos votos válidos em 6
de outubro e faturar logo no primeiro
turno. Sobretudo se ficarem na disputa até o final os quatro nomes mais
competitivos -Lula (PT), José Serra
(PSDB), Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS). Haverá, portanto, um segundo turno.
Ainda assim, cresce entre os políticos mais observadores da eleição a
percepção de que tudo estará definido antes do dia 6 de outubro.
A depender de como estiverem as
campanhas, não haverá muita dúvida de quem será o vencedor no segundo turno.
Será mais ou menos como em 89,
quando dava para perceber nas ruas,
pela riqueza da campanha, e na mídia, pela adesão, que Fernando Collor venceria Lula.
O mesmo ocorreu em 98, quando
Paulo Maluf (PPB) foi para o segundo turno contra Mário Covas (PSDB)
na disputa pelo governo paulista.
Maluf terminou o primeiro turno na
frente, mas acabou perdendo.
A impressão atual é que Lula venceria a eleição se o segundo turno fosse realizado hoje. Mas que só manterá esse favoritismo se conseguir chegar em 6 de outubro com uma vantagem próxima de 20 pontos percentuais sobre o segundo colocado.
"Se o Lula vencer o primeiro turno
com algo como 33% ou 34% contra
27% ou 28% do Serra, acho que já
era. Daí, perdemos a eleição", diz um
estrategista petista, desses que têm
voz ativa na campanha.
Ninguém admitirá isso em público
no PT. Mas a interpretação é quase
consensual. Lula só ganhará no segundo turno em condições especialíssimas. Se tiver uma imensa vantagem percentual em 6 de outubro, se o
segundo candidato estiver abandonado por várias forças políticas e se
parte expressiva do "establishment"
aderir ao PT. Não é impossível, claro.
Mas não é nada, nada fácil.
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