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TABELA CONGELADA
O governo decidiu exigir que
sua base parlamentar rejeite o
projeto de correção da tabela do Imposto de Renda, congelada desde
1996. O texto corrige em 35,2% os limites de contribuição do IR, desonerando desse imposto uma fatia importante de contribuintes. A faixa de
isenção mensal, por exemplo, passaria de R$ 900 para R$ 1.217,62.
O governo calcula que tal correção
traria uma perda anual de receita de
R$ 4 bilhões. Por isso, segundo o deputado Sampaio Dória (PSDB-SP), o
Planalto "disse que os parlamentares
da base terão de assumir as frustrações de alguns setores da sociedade,
que não serão atendidos".
Não há dúvidas de que a discussão
de um Orçamento implica estabelecer prioridades entre os diversos setores e atividades da sociedade. Mas
cabe questionar qual o critério que
norteia as escolhas do governo.
A manutenção da tabela do IR representa um aumento real de imposto (descontada a inflação) que atinge
principalmente os contribuintes de
renda mais baixa.
É justa a preocupação fiscal. Mas
isso não pode ser pretexto para todo
e qualquer aumento de impostos.
Por outro lado, em relação ao setor
elétrico, não há uma preocupação
fiscal semelhante. Além de sinalizar
com significativos aumentos de tarifas, o governo pretende criar linhas
de financiamento do BNDES para
ajudar as companhias a reverterem
prejuízos de R$ 5,7 bilhões decorrentes da redução de receitas em razão
do racionamento.
Em vez de simplesmente endurecer
com o consumidor e o contribuinte,
o governo deveria rever o planejamento do setor elétrico e levar a cabo
uma reforma tributária que tornasse
os impostos mais justos e eficientes.
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