BRASÍLIA - Se você fosse Lula:
1) Escolheria Sarney ou Renan Calheiros para a presidência do Senado?
2) Faria aliança com a dupla Sarney-ACM ou com o trio Renan-Michel Temer-Geddel Vieira Lima?
3) Numa guerra entre FHC e Sarney, com temores e ameaças de devassas e CPIs, protegeria FHC, apoiaria Sarney ou lavaria as mãos?
4) O que responderia aos muxoxos de um terceiro presidente, o nosso velho conhecido Itamar Franco?
5) Poria José Dirceu na Casa Civil e deixaria o pau quebrando na Câmara ou lançaria Dirceu para a presidência da Câmara e quebraria o galho na Casa Civil?
6) Qual dos outros 90 deputados eleitos apoiaria para a presidência da Câmara? Um inexpressivo, um novato, um dos 20 "radicais"? Ou optaria por alguém de fora do partido, como Miro Teixeira (PDT-RJ)?
7) O que faria com a senadora Heloísa Helena?
8) E com o senador Suplicy?
9) E com Ciro Gomes e Anthony Garotinho?
10) Escolheria um médico petista ou um professor petista para os ministérios da Saúde e da Educação? De que tendências do PT?
As respostas, rápidas, por favor, devem ser enviadas para o Centro de Treinamento do BB em Brasília, vulgo "Bebezão". Ali funciona o escritório de transição das equipes técnicas, enquanto os líderes políticos se digladiam no Congresso e Lula busca pactos com setores da sociedade e, cá para nós, com o próprio PT.
Desde que abdique logo do estilão popular/populista, ele está certíssimo. Só vitaminado pelo apoio de amplos setores da sociedade, dos patrões e dos trabalhadores ele terá energia para enfrentar o jogo de pressões e de interesses políticos e congressuais.
Presidentes fortes são capazes até de confiscar poupanças (como Collor) ou de quebrar monopólios quase sagrados (como FHC). Mas a força vem de fora para dentro. O verdadeiro pacto é com a sociedade, o resto vem depois. E cai em cheio em Brasília e no Congresso, por gravidade.


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