São Paulo, sábado, 09 de maio de 2009

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Editoriais

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Lentidão e improviso

SÃO GRANDES os estragos provocados pelas enchentes que atingem especialmente o Nordeste desde o mês passado. Ontem havia pelo menos 160 cidades em seis Estados (BA, CE, MA, PE, PI e RN) em situação de emergência, que já registraram ao menos 34 mortes. O número de pessoas afetadas pela chuva chega a 912 mil no Norte, no Nordeste e em Santa Catarina, segundo a Secretaria Nacional de Defesa Civil.
A reação das autoridades, num momento crítico como esse, foi insuficiente. Esperava-se celeridade, cooperação e eficiência na assistência às vítimas. Mas não foi exatamente o que se viu ontem no 10º Fórum de Governadores do Nordeste, quando o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), foi questionado sobre a burocracia e a demora na liberação de recursos emergenciais.
A governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (PSB), relatou que o Estado só recebeu na última semana o repasse para socorrer municípios atingidos por enchentes em 2008.
O ministro -que com inestimável ajuda federal avança sobre o espólio do chamado "carlismo" na Bahia- afirmou que seria inútil enviar dinheiro para reconstruir os Estados atingidos, já que as cidades "estão debaixo d"água". Havia dito ainda que a solução definitiva do problema não depende só do governo, mas "também das pessoas que assumem o risco de viver em áreas impróprias".
Enquanto as autoridades tentam se entender, a população enfrenta a calamidade. A chuva já causou prejuízos de cerca de R$ 1 bilhão, segundo o próprio governo federal. Em novembro, os catarinenses haviam passado por situação semelhante -e as lacunas no atendimento nacional de emergências lá demonstradas não foram menores.
É preciso superar a fase do amadorismo e da improvisação nesse serviço essencial.


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