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Editoriais
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Lentidão e improviso
SÃO GRANDES os estragos provocados pelas enchentes
que atingem especialmente
o Nordeste desde o mês passado.
Ontem havia pelo menos 160 cidades em seis Estados (BA, CE,
MA, PE, PI e RN) em situação de
emergência, que já registraram
ao menos 34 mortes. O número
de pessoas afetadas pela chuva
chega a 912 mil no Norte, no
Nordeste e em Santa Catarina,
segundo a Secretaria Nacional de
Defesa Civil.
A reação das autoridades, num
momento crítico como esse, foi
insuficiente. Esperava-se celeridade, cooperação e eficiência na
assistência às vítimas. Mas não
foi exatamente o que se viu ontem no 10º Fórum de Governadores do Nordeste, quando o ministro da Integração Nacional,
Geddel Vieira Lima (PMDB-BA),
foi questionado sobre a burocracia e a demora na liberação de recursos emergenciais.
A governadora do Rio Grande
do Norte, Wilma de Faria (PSB),
relatou que o Estado só recebeu
na última semana o repasse para
socorrer municípios atingidos
por enchentes em 2008.
O ministro -que com inestimável ajuda federal avança sobre
o espólio do chamado "carlismo"
na Bahia- afirmou que seria
inútil enviar dinheiro para reconstruir os Estados atingidos, já
que as cidades "estão debaixo
d"água". Havia dito ainda que a
solução definitiva do problema
não depende só do governo, mas
"também das pessoas que assumem o risco de viver em áreas
impróprias".
Enquanto as autoridades tentam se entender, a população enfrenta a calamidade. A chuva já
causou prejuízos de cerca de R$ 1
bilhão, segundo o próprio governo federal. Em novembro, os catarinenses haviam passado por
situação semelhante -e as lacunas no atendimento nacional de
emergências lá demonstradas
não foram menores.
É preciso superar a fase do
amadorismo e da improvisação
nesse serviço essencial.
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