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A VOLTA DOS RADARES
Depois de um intervalo de quase nove meses, voltaram a operar na cidade de São Paulo os radares
móveis de controle de velocidade. O
ideal seria que os motoristas observassem os limites de velocidade
-que existem não para retardar as
pessoas, mas para garantir sua segurança- sem a necessidade de ameaças pecuniárias. Como não o fazem,
a solução é aplicar multas.
Os resultados se medem em vidas
poupadas. Em 1997, às vésperas da
vigência do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que regulamentou a
fiscalização eletrônica de velocidade,
2.042 pessoas perderam a vida em
São Paulo. Em 2002, já com dezenas
de radares operando, as mortes passaram a 1.412, uma redução de 31%.
A outra inovação do CTB que especialistas apontam como salvadora de
vidas, o cinto de segurança, já era
obrigatória em São Paulo desde 1994,
por força de legislação municipal.
É claro que os radares móveis não
são o único instrumento de fiscalização, mas representam uma arma poderosa: como o condutor não tem
certeza de onde está instalado o aparelho, tende a manter velocidades reduzidas em toda a via. Esse efeito deverá ser ampliado com a recente deliberação do Conselho Nacional de
Trânsito que suspendeu a exigência
de placas alertando o motorista para
a existência desses radares.
Reconhecer a necessidade dos detectores de velocidade não equivale a
sancionar a chamada indústria das
multas que se instalou em algumas
prefeituras. Os radares não devem
ser instalados onde deverão gerar
mais receitas, mas onde preservarão
mais vidas. Daí a inconveniência dos
contratos pelos quais a empresa
mantenedora do equipamento é remunerada de acordo com as multas
aplicadas e pagas. A função primordial da fiscalização eletrônica é prevenir acidentes e educar o motorista,
não reforçar o caixa municipal.
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