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São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

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A VOLTA DOS RADARES

Depois de um intervalo de quase nove meses, voltaram a operar na cidade de São Paulo os radares móveis de controle de velocidade. O ideal seria que os motoristas observassem os limites de velocidade -que existem não para retardar as pessoas, mas para garantir sua segurança- sem a necessidade de ameaças pecuniárias. Como não o fazem, a solução é aplicar multas.
Os resultados se medem em vidas poupadas. Em 1997, às vésperas da vigência do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que regulamentou a fiscalização eletrônica de velocidade, 2.042 pessoas perderam a vida em São Paulo. Em 2002, já com dezenas de radares operando, as mortes passaram a 1.412, uma redução de 31%.
A outra inovação do CTB que especialistas apontam como salvadora de vidas, o cinto de segurança, já era obrigatória em São Paulo desde 1994, por força de legislação municipal.
É claro que os radares móveis não são o único instrumento de fiscalização, mas representam uma arma poderosa: como o condutor não tem certeza de onde está instalado o aparelho, tende a manter velocidades reduzidas em toda a via. Esse efeito deverá ser ampliado com a recente deliberação do Conselho Nacional de Trânsito que suspendeu a exigência de placas alertando o motorista para a existência desses radares.
Reconhecer a necessidade dos detectores de velocidade não equivale a sancionar a chamada indústria das multas que se instalou em algumas prefeituras. Os radares não devem ser instalados onde deverão gerar mais receitas, mas onde preservarão mais vidas. Daí a inconveniência dos contratos pelos quais a empresa mantenedora do equipamento é remunerada de acordo com as multas aplicadas e pagas. A função primordial da fiscalização eletrônica é prevenir acidentes e educar o motorista, não reforçar o caixa municipal.


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