São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pausa nos juros

O FED (banco central dos EUA) manteve inalterada a taxa de juros básica em 5,25%, interrompendo o movimento de alta iniciado em junho de 2004.
Em seu comunicado, a autoridade monetária identifica uma desaceleração da atividade econômica e do mercado imobiliário. Menciona também uma elevação no núcleo da inflação (que exclui alimentos e energia), mas sugere que as expectativas inflacionárias estariam apresentando sinais de contenção, a despeito das altas nos preços do petróleo e de outras commodities.
Assim, o Fed promove uma pausa no movimento de aperto monetário, procurando encontrar um equilíbrio entre o dinamismo da atividade produtiva e a variação dos preços. A economia dos EUA mostra sinais de desaquecimento, com a taxa de expansão do Produto Interno Bruto caindo de 5,6% no primeiro trimestre para 2,5% no segundo. O núcleo da inflação acumula alta de 3,2% entre janeiro e junho, acima dos 2,2% registrados durante todo o ano passado.
A decisão, porém, não foi unânime. Um diretor votou por elevar os juros em 0,25 ponto percentual. Ademais, o Fed reforçou a percepção de que ainda persistiriam riscos de inflação. Diante disso, "a extensão e o ritmo de quaisquer apertos adicionais que poderiam ser necessários para lidar com tal risco irão depender da evolução da inflação e do crescimento econômico". Dessa forma, a pausa no ciclo de alta dos juros pode não significar o fim da contração monetária. Esse fato desencadeou uma reação pessimista dos investidores.
No médio prazo, no entanto, a decisão do Fed deve beneficiar os investimentos de maior risco e rendimento dos mercados emergentes como o Brasil-, mais uma razão para o BC brasileiro não interromper o movimento de queda da Selic.


Texto Anterior: Editoriais: Operação Dominó
Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Inteligência
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.