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Pausa nos juros
O
FED (banco central dos
EUA) manteve inalterada a taxa de juros básica em 5,25%, interrompendo o movimento de alta
iniciado em junho de 2004.
Em seu comunicado, a autoridade monetária identifica uma
desaceleração da atividade econômica e do mercado imobiliário. Menciona também uma elevação no núcleo da inflação (que
exclui alimentos e energia), mas
sugere que as expectativas inflacionárias estariam apresentando
sinais de contenção, a despeito
das altas nos preços do petróleo e
de outras commodities.
Assim, o Fed promove uma
pausa no movimento de aperto
monetário, procurando encontrar um equilíbrio entre o dinamismo da atividade produtiva e a
variação dos preços. A economia
dos EUA mostra sinais de desaquecimento, com a taxa de expansão do Produto Interno Bruto caindo de 5,6% no primeiro
trimestre para 2,5% no segundo.
O núcleo da inflação acumula alta de 3,2% entre janeiro e junho,
acima dos 2,2% registrados durante todo o ano passado.
A decisão, porém, não foi unânime. Um diretor votou por elevar os juros em 0,25 ponto percentual. Ademais, o Fed reforçou
a percepção de que ainda persistiriam riscos de inflação. Diante
disso, "a extensão e o ritmo de
quaisquer apertos adicionais que
poderiam ser necessários para lidar com tal risco irão depender
da evolução da inflação e do crescimento econômico". Dessa forma, a pausa no ciclo de alta dos
juros pode não significar o fim da
contração monetária. Esse fato
desencadeou uma reação pessimista dos investidores.
No médio prazo, no entanto, a
decisão do Fed deve beneficiar
os investimentos de maior risco
e rendimento dos mercados
emergentes como o Brasil-,
mais uma razão para o BC brasileiro não interromper o movimento de queda da Selic.
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