São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2006 |
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FERNANDO RODRIGUES Monotonia eleitoral BRASÍLIA - Os dados da pesquisa
Datafolha divulgados ontem à noite
reforçam a tese de possível vitória
de Lula no primeiro turno.
Lula foi de 44% para 47%. Alckmin escorregou de 28% para 24%.
Heloísa Helena flutuou na margem
de erro, de 10% para 12% -e parece
avançar sobre o tucano. Resumo do
cenário atual: Lula tem dez pontos
a mais do que todos os seus adversários somados.
Surpresa? Não propriamente.
Nos 26 Estados e no Distrito Federal, há 21 governadores que disputam a reeleição no cargo, como Lula. Desses, nada menos do que 15
têm chance real de vitória.
Em 1998, na única experiência de
reeleição consecutiva de um presidente da República no Brasil moderno, o tucano Fernando Henrique Cardoso obteve vitória já no
primeiro turno.
Pode-se argumentar que o Lula
de hoje é um candidato diferente do
FHC de 1998. É verdade. Mas ambos têm como âncora o mesmo eleitorado menos favorecido que não
está nem aí para discussões mais
elevadas. Há oito anos a empregada
doméstica de FHC, ele mesmo revelou, passou férias na Grécia por
causa do real supervalorizado. Agora, milhões de pessoas pobres são
beneficiadas com os programas assistencialistas de Lula.
Os eleitores mais informados sabem o que Lula e o PT fizeram no
verão passado. Essa mesma parcela
do eleitorado também conhecia as
estripulias do PSDB com o câmbio
fixo no início do Plano Real.
A monotonia eleitoral não é necessariamente boa nem ruim. É
apenas uma característica comum a
vários países que vão atingindo a
maioridade democrática. O Brasil
nunca chegou a um agosto em ano
eleitoral sem pessoas indo ao banco
para retirar dinheiro e trocar em
dólares. Na dúvida, essa turma toda
vai deixando tudo como está. |
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