São Paulo, terça, 9 de setembro de 1997.



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O caminho e as pedras

LUIZ CAVERSAN

Rio de Janeiro - Vale a pena repetir aqui, de forma reduzida e simplificada, o que disse ontem, em conferência no Rio, o sociólogo francês Alain Touraine:
1. Apesar de não haver mais uma ditadura, o Brasil -assim como outros países da América Latina- ainda não vive em plena democracia.
2. Falta no país uma consciência da cidadania.
3. Um dos esportes nacionais brasileiros é mudar de partido.
4. O governo FHC obteve importantes conquistas econômicas e sociais, mas não deu à sociedade a consciência de estar vivendo num Estado de Direito.
5. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra é o mais positivo movimento social da América do Sul como instrumento de pressão no processo democrático.
6. O PT não é um partido, mas um conjunto de partidos.
7. O fortalecimento político é fundamental para o controle da globalização com vistas a evitar o aprofundamento das desigualdades.
Alain Touraine é amigo e foi professor do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, a quem, como se vê, não poupa.
Mas sua visão atualizada e crítica aponta também as deficiências do sistema político brasileiro como um todo e a inoperância dos partidos e seus integrantes.
Nada como uma voz independentemente abalizada para demonstrar que estamos no meio do caminho e que, nesse, há muitas pedras.

O primeiro fim-de-semana da ponte aérea Rio-São Paulo com as passagens mais baratas foi um sucesso. Mas o passageiro sofreu com as imensas filas à espera por um lugar, tanto no sentido São Paulo-Rio como no inverso.
Para evitar futuros transtornos, as empresas aéreas poderiam baixar de vez o preço dos bilhetes -que estão entre os mais caros do mundo. Como não vão fazer isso, claro, poderiam, ao menos, aceitar reservas antecipadas nos vôos da promoção.






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