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FERNANDO RODRIGUES
Os ajustes de Ciro
BRASÍLIA - É raro encontrar um assessor ou político ligado a Ciro Gomes que não diga que o candidato do
PPS já fez todas as autocríticas necessárias sobre os erros táticos cometidos
nas últimas semanas.
Ciro estaria agora preparado para
esperar mais antes de reagir ao que
classifica como ataques a sua candidatura. No sábado, dentro do avião a
caminho de Santa Catarina, leu uma
reportagem sobre uma suposta e iminente deserção de Jorge Bornhausen.
Ao chegar ao Estado, foi recebido pelo presidente do PFL e não passou recibo. Fez campanha normalmente.
É possível que Ciro esteja entrando
em uma fase mais comedida com relação a declarações polêmicas. Mas é
necessário aguardar e verificar se isso
se cumpre na prática. Em períodos
recentes, promessas de calmaria no
QG cirista foram seguidas de frases
desastrosas do candidato, como
aquela sobre o papel de sua mulher,
Patrícia Pillar, na campanha.
Hoje, o alto comando de Ciro, ele
incluso, estará em São Paulo para
discutir o que fazer na reta final. Bornhausen, o deputado Walfrido Mares
Guia (PTB-MG) e o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire,
devem estar presentes. Há um certo
consenso sobre ser necessário "bater
em José Serra" e no governo FHC. Há
divergências, entretanto, a respeito
de como devem ser os ataques.
ACM defende "colar a corrupção
no governo de Fernando Henrique",
como tem dito para Ciro -inclusive
ontem, em uma reunião que ambos
tiveram no Rio. Roberto Freire é contra baixar o nível dos ataques. Até
por essa razão, ACM deve evitar estar
presente hoje na reunião da direção
da campanha em São Paulo.
Ciro tem pouco tempo para somar
os palpites, calcular a média, aplicar
a estratégia e reverter o revés atual de
sua campanha. Com tanta gente
dando opinião, será um trabalho difícil para o candidato do PPS.
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