São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 2001

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FERNANDO RODRIGUES

O destino de Itamar Franco

BRASÍLIA - Um dos candidatos prováveis a presidente em 2002, Itamar Franco deve se decidir pelo seu destino partidário ao longo deste ano de 2001. Quase enxotado do PMDB, vive hoje sem sigla.
Diversas opções têm sido cogitadas por Itamar e seu grupo. Nos últimos tempos, houve um afunilamento para duas saídas: criar um novo partido ou entrar no PL, o Partido Liberal.
A criação de uma nova sigla está cada vez mais remota. O grau de dificuldade é diretamente proporcional à passagem do tempo.
Sobra o PL. Um partido pequeno, mas dono de razoáveis votações. Teve 2,541 milhões de votos no Brasil inteiro na eleição para prefeito, em outubro do ano passado. Comanda 234 prefeituras. Tem 11 deputados federais, 32 estaduais e 2.887 vereadores.
Não é uma potência, mas está mais organizado no país do que o PPS, de Ciro Gomes.
No final de 2000, o presidente do PL e por enquanto candidato a presidente da Câmara dos Deputados, Valdemar Costa Neto (SP), ofereceu a Itamar todas as garantias de que a sigla o acolheria -seja para ser candidato a presidente ou a qualquer outro posto desejado pelo imprevisível político mineiro.
Se entrar no PL, Itamar Franco poderá nomear gente de sua confiança para a 1ª vice-presidência, 1ª Secretaria e para a presidência da Comissão de Ética -este último, cargo vital para ter o controle do partido.
Além disso, o Diretório Nacional do PL, diferentemente do que faz crer a péssima fama da sigla no Congresso, não é dominado por políticos evangélicos. Dos 70 integrantes, Valdemar Costa Neto tem ascendência clara sobre mais de 40.
É a garantia de que Itamar precisa para não sofrer o revés experimentado no PMDB, em 98, quando o humilharam rejeitando a tese da candidatura presidencial própria.
A bola está com Itamar Franco. O PL está candidatíssimo a recebê-lo.



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