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CARÊNCIA LEGISLATIVA
É louvável a iniciativa do Senado de realizar um levantamento acerca das câmaras municipais de todo o Brasil. O Censo Legislativo foi realizado em todas as cidades brasileiras e permite desenhar
um retrato pormenorizado da situação e da qualidade das 5.564 assembléias existentes no país.
Infelizmente o quadro que emerge
dos dados do censo é, em diversos
aspectos, desanimador. A precariedade parece ser a regra no que diz
respeito à infra-estrutura das câmaras. Nada menos que 21% delas funcionam no mesmo prédio que as
prefeituras. Essa circunstância é
apontada como negativa, sobretudo
por representar um risco à autonomia dos legisladores.
Carências de infra-estrutura contribuem também para tornar o trabalho dos parlamentares menos transparente e mais distante dos eleitores.
Nada menos que 77% das casas não
possuem nenhum sistema de comunicação e divulgação de suas atividades e mais de 25% delas não têm conexão com a internet. Problemas como esses são graves, mas de solução
razoavelmente simples.
Mais complicados de resolver, porém, são a péssima formação escolar
e o despreparo dos legisladores municipais. Em resultado que não deixa
de refletir uma carência que é da população como um todo, foi constatado que 43% dos vereadores brasileiros chegaram apenas até a escola
média e 9% deles não completaram
nem mesmo essa etapa do ensino.
Apenas 16% dos parlamentares concluíram cursos de nível superior.
Seria desejável que o censo fosse
perenizado. Esse tipo de levantamento permite análises acerca da
evolução da qualidade do legislativo
municipal em todo o país, além de
diagnósticos para determinar onde é
preciso investir para aprimorá-lo.
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