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CRESCIMENTO ADIADO
De acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial
está praticamente estagnada. Cresceu apenas 0,1% em julho e 0,3% em
agosto, em relação ao respectivo mês
anterior. A pequena expansão tem sido liderada pelo extrativismo mineral, basicamente petróleo. A Petrobras espera garantir um aumento de
13% na produção doméstica de petróleo neste ano. Alguns segmentos
exportadores (aves, óleos vegetais,
siderurgia e celulose) e outros ligados à agroindústria (fertilizantes e
máquinas agrícolas) também contribuíram para sustentar o nível da atividade industrial. Em geral, as indústrias estão utilizando apenas 78,2%
da capacidade produtiva instalada.
Enquanto isso, a taxa de inflação
continua em alta. Nos nove meses do
ano, o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) já acumula alta de 5,6%. Em 12 meses,
atinge 7,93%. A desvalorização cambial, acima de 45% no ano, é o que
mais pressiona os custos das empresas, que tentam repassar pelo menos
uma parte do aumento de matérias-primas, peças e componentes importados para os preços. Esses repasses de custos dificultam a desaceleração dos índices de preços e criam
embaraços para a redução dos juros.
A meta de inflação inicialmente definida pelo governo para 2002 era de
3,5%, com margem de tolerância de
2,5 pontos percentuais para cima ou
para baixo. Esse teto já foi ultrapassado. Porém a meta acertada com o
Fundo Monetário Internacional, no
acordo de agosto, foi ampliada para
6,5%, com variação de 2,5 pontos
percentuais, teto ainda não atingido.
As incertezas predominantes na
economia mundial e a aversão ao risco dos investidores estrangeiros devem continuar dificultando a rolagem dos títulos de dívida externa
brasileira -pública e privada. Isso
significa que a taxa de câmbio deve
permanecer sob fortes pressões, impondo restrições à queda da inflação
e da taxa de juros. Assim, a retomada
dos investimentos e do crescimento
econômico vai sendo adiada. As estimativas sobre o desempenho do PIB
foram reduzidas para 1,3% em 2002 e
para 2,3% em 2003. Sem crescimento significativo à vista, prolonga-se o
drama da economia brasileira.
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