São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 2002

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BOLA FORA

Uma das boas surpresas reservadas por esta eleição foi o veemente repúdio do eleitor aos parlamentares que davam apoio aos dirigentes de futebol envolvidos em todo tipo de desmando. Dos 14 integrantes desse grupo que foram às urnas em busca de mais um mandato, dez foram rechaçados pela população.
O caso mais emblemático é sem dúvida nenhuma o do deputado e presidente do Vasco, Eurico Miranda (PPB-RJ). Suspeito de crimes financeiros, livrou-se de processos por conta da imunidade parlamentar. No pleito deste domingo, Miranda obteve 25 mil votos, apenas um quarto dos cerca de 105 mil que recebera em 1998. Outros parlamentares ligados ao futebol que foram punidos pelo eleitor são os deputados José Lourenço (PMDB-BA), Luciano Bivar (PSL-PE) e Nelo Rodolfo (PMDB-SP) e os senadores Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), Maguito Vilela (PMDB-GO) e Gilvam Borges (PMDB-AP). O fracasso de alguns deles, sobretudo o dos senadores, que são lideranças regionais, não pode ser atribuído exclusivamente à questão do futebol, mas ela certamente contribuiu.
Já os parlamentares responsáveis pelas investigações sobre a cartolagem, que tiveram amplo destaque na mídia, foram premiados pelos eleitores com expressivas votações. É o caso de Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Silvio Torres (PSDB-SP), que foram respectivamente o presidente e o relator da CPI da CBF/Nike.
Ainda que mais lentamente do que o desejável, o eleitor amadurece. Está cada vez mais atento às atividades de seus representantes e os pune quando acha que não agiram bem.


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