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BOLA FORA
Uma das boas surpresas reservadas por esta eleição foi o veemente repúdio do eleitor aos parlamentares que davam apoio aos dirigentes de futebol envolvidos em todo
tipo de desmando. Dos 14 integrantes desse grupo que foram às urnas
em busca de mais um mandato, dez
foram rechaçados pela população.
O caso mais emblemático é sem
dúvida nenhuma o do deputado e
presidente do Vasco, Eurico Miranda
(PPB-RJ). Suspeito de crimes financeiros, livrou-se de processos por
conta da imunidade parlamentar.
No pleito deste domingo, Miranda
obteve 25 mil votos, apenas um quarto dos cerca de 105 mil que recebera
em 1998. Outros parlamentares ligados ao futebol que foram punidos
pelo eleitor são os deputados José
Lourenço (PMDB-BA), Luciano Bivar
(PSL-PE) e Nelo Rodolfo (PMDB-SP)
e os senadores Gilberto Mestrinho
(PMDB-AM), Maguito Vilela
(PMDB-GO) e Gilvam Borges
(PMDB-AP). O fracasso de alguns
deles, sobretudo o dos senadores,
que são lideranças regionais, não pode ser atribuído exclusivamente à
questão do futebol, mas ela certamente contribuiu.
Já os parlamentares responsáveis
pelas investigações sobre a cartolagem, que tiveram amplo destaque na
mídia, foram premiados pelos eleitores com expressivas votações. É o caso de Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Silvio Torres (PSDB-SP), que foram respectivamente o presidente e o relator
da CPI da CBF/Nike.
Ainda que mais lentamente do que
o desejável, o eleitor amadurece. Está
cada vez mais atento às atividades de
seus representantes e os pune quando acha que não agiram bem.
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