RIO DE JANEIRO - Cadê o queijinho que estava aqui? Os ratos comeram? Qual nada: carregaram para a Suíça. Virou queijo petit suíço. E no Rio está faltando queijo, ou melhor, dinheiro. O bloqueio dos R$ 85,9 milhões do ICMS devido ao atraso no acerto da dívida com a União atiçou a fúria da governadora Rosinha Matheus (PSB). Ela diagnosticou perseguição do governo Lula e inépcia da antecessora, Benedita da Silva, ambos petistas. A Justiça liberou os recursos, mas não saíram o salário de dezembro e o 13º. É inequívoca a contribuição da gestão anterior para a penúria. Mas talvez Rosinha devesse olhar com atenção uma turma mais próxima dela e do marido, o ex-governador Garotinho, que renunciou em abril. Conforme os repórteres Amaury Ribeiro Jr. e Sônia Filgueiras, da ""Isto É", numerosos indícios sugerem o funcionamento de um propinoduto na Secretaria da Fazenda no governo Garotinho. Esse canal teria derramado US$ 33,4 milhões na Suíça. Com o dólar a R$ 3,30, dá R$ 110 milhões, mais do que a verba há dias retida. Rosinha e Garotinho condenaram o fim da Inspetoria de Contribuintes de Grande Porte, decisão de Benedita. Pois não é que o órgão seria um pilar do esquema de extorsão? Rosinha anuncia investigações, Garotinho diz querer a verdade. Três tarefas: comprovar a existência da máfia fiscal, abrindo caminho para punições; recuperar o dinheiro que teria sido embolsado; identificar outros roedores, convidados de banquete tão saboroso. Quem seria o ""chef"?
 
Registro: antes de chamar o livreiro Pedro Corrêa do Lago para presidir a Biblioteca Nacional, no Rio, o ministro Gilberto Gil (Cultura) tentou reiteradamente convencer o bibliófilo José Mindlin a aceitar.
A primeira conversa, por telefone, foi no começo da tarde de segunda. Houve outras. Brincando, Mindlin disse que seria pouco indicado: poderia não resistir a subtrair algumas relíquias para enriquecer sua biblioteca particular. A sério, explicou a Gil não poder se ausentar de São Paulo.


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