São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004 |
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FERNANDO RODRIGUES Sinais para Lula
BRASÍLIA - A pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem tem dois sinais para Lula. O primeiro é que a popularidade pessoal do presidente continua
em um nível muito alto, de 65,3%. O
segundo sinal é que a queda desse
percentual tem sido lenta, gradual e
incessante desde a posse.
Na primeira pesquisa CNT/Sensus
do ano passado, Lula registrou 83,6%
de aprovação para seu desempenho
pessoal. Em dezembro, 69,9%. Agora,
com 65,3% atuais, a queda acumulada já é de 18,3 pontos.
Numa conta simplificada, Lula perdeu 13,7 pontos de sua popularidade
pessoal nos 12 meses de 2003. A continuar nesse ritmo, chegará ao final do
mandato com 28,8%, um percentual
ainda razoável.
O governo Lula não vai tão bem como o seu chefe. No ano passado, a
aprovação da administração petista
caiu de 56,6% para 41% -queda de
15,6 pontos. Agora, oscilou para
39,9%. Se o desgaste de 2003 se repetir neste e nos próximos anos, o presidente terá sérios problemas para se
reeleger em 2006.
Na comparação com o seu antecessor, Lula se sai bem. Em fevereiro de
1996, com pouco mais de 13 meses no
cargo, Fernando Henrique Cardoso
obteve 41% de aprovação para seu
governo numa pesquisa Ibope. Taxa
próxima dos 39,9% atuais de Lula.
A cúpula petista acha que o pior
momento já tenha passado. A perda
de popularidade seria só residual
-por causa de 2003. Neste ano de
2004, o petista ficará estável ou vai
até melhorar sua imagem com o
eventual crescimento da economia.
Pode ser. Nada indica que a perda
de popularidade se manterá no mesmo ritmo. Ainda assim, tampouco está garantido o sucesso do petista. O
desemprego está alto. A renda dos assalariados, em queda. O crescimento
pode ser insuficiente. No fundo, o PT
aposta mesmo é na quase ausência
de senso crítico do brasileiro. Poucos
políticos se deram mal fazendo isso. |
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