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LEIS PARA O FMI
Uma nova fase parece inaugurar-se sob o comando do ministro Roberto Lavagna, na Argentina. O novo titular da Economia obteve do Senado o aval para um dos
principais pleitos da comunidade financeira internacional, a eliminação
da Lei de Subversão Econômica.
Essa lei contra "graves delitos à
economia nacional" regulava o envio
de recursos ao exterior e a movimentação de depósitos congelados pelo
curralzinho. A Câmara abriu o debate sobre a lei de falências, que também é objeto de críticas do FMI.
O espaço de negociação, no entanto, continua estreito. A pressão do
governo sobre os políticos aumenta
com o vencimento de compromissos
com organismos multilaterais, como o Banco Mundial.
No frágil protocolo que orienta a
diplomacia financeira, preservar o
relacionamento com as instituições
multilaterais é visto como uma garantia mínima de credibilidade, mesmo depois de uma moratória.
Na prática, o governo argentino
continua incapaz de cumprir qualquer meta. No caso da emissão de
pesos, o banco central já ultrapassou
o teto indicado pelo FMI.
Ora, o estouro das metas monetárias é uma decorrência direta da própria fragilidade do sistema bancário.
Quanto mais recursos são sacados
dos bancos pelos correntistas, muitas vezes por meio de medidas judiciais, mais o governo é obrigado a injetar pesos nas instituições para evitar uma quebradeira generalizada.
Para o FMI, não há como colocar
moeda forte no banco central argentino se não houver garantias de que a
emissão de pesos será controlada.
O risco maior é o de prolongar-se o
atual círculo vicioso. Ao retirar pesos
dos bancos, os correntistas correm
para comprar dólares. Isso fragiliza
ainda mais a moeda e leva os correntistas a continuamente sacar mais,
asfixiando o mercado cambial.
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