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FERNANDO RODRIGUES
Reforços
BRASÍLIA - É sintomático o reforço processado na equipe de José Serra.
Sinal de que as coisas não andavam
bem quando o pré-candidato tucano
dizia que tudo estava excelente.
Nada estava bem. A candidatura
de Serra derrapa diariamente. Anda
de lado. Por essa razão, é relevante a
iniciativa do tucano de convidar (ou
aceitar?) a chegada de uma nova tropa para acompanhá-lo.
Fazem parte dos reforços os publicitários Nizan Guanaes e Rui Rodrigues (os que elegeram e reelegeram
FHC), Milton Seligman (que já trabalhou em várias posições do governo federal) e Bya Aidar (responsável
pelos eventos públicos de campanhas
passadas do atual presidente da República). São profissionais da maior
qualidade. No que depender de equipe, Serra tem ao seu lado o que há de
melhor na praça.
O ponto de interrogação para o tucano é se ele conseguirá romper a
maré ruim. Há algumas semanas,
Serra sofre com pesquisas desfavoráveis, reportagens desconfortáveis e
uma celeuma sem fim sobre quem será seu companheiro de chapa como
candidato a vice-presidente.
Toda vez que um político tem de se
explicar, a situação não é ideal. Serra
tem-se explicado muito ultimamente. Seu principal adversário, Lula,
atravessa um mar de tranquilidade.
É o pior contraste possível.
A nova equipe do senador tem um
desafio. Convencê-lo a fazer os ajustes necessários. O mais óbvio é tentar
gerar um fato positivo com ampla repercussão nacional.
Fala-se em duas coisas dentro do
PSDB. Pela ordem, primeiro fechar
de uma vez o nome do vice. Em seguida, ampliar a aliança partidária, de
preferência "roubando" o PTB de Ciro
Gomes.
Não é fácil. Por várias razões. A
principal é a sensação de fragilidade
eleitoral do candidato governista.
Tudo indica que Serra terá de provar
que terá músculos para sair da atual
maré de azar. Só depois conseguirá
mais apoios. Não será fácil.
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