|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEITOR BEM-HUMORADO
O Datafolha revelou estado
de ânimo dos eleitores que não
se coaduna com as notícias ruins da
economia brasileira. Nesse terreno,
as intenções de voto em José Serra e a
popularidade de Fernando Henrique
Cardoso subiram; a preferência por
Luiz Inácio Lula da Silva caiu.
No estrato dos que consideram a
administração FHC ótima ou boa,
Serra teve um de seus melhores desempenhos. Vale lembrar que a fatia
de ótimo/bom de FHC (31%) continua sendo maior que a preferência
por Serra (21%) e que apenas 50% do
eleitorado sabe que o ex-ministro da
Saúde é o candidato apoiado pelo
presidente da República. Em tese,
Serra ainda dispõe de espaço para
crescer nesse segmento.
Anthony Garotinho demonstra
que, se tem dificuldades para crescer,
também dificilmente cai de patamar.
Desde dezembro, o ex-governador
do Rio se situa na faixa que vai dos
15% aos 18%. Já Ciro Gomes obteve o
seu percentual mais baixo desde o final do ano passado (11%).
Lula, apesar da queda de três pontos, ainda desfruta de boa vantagem
sobre os demais concorrentes. Com
40% da preferência, obteve 25% na
pesquisa espontânea (contra 27% na
sondagem anterior). Mas a sua rejeição aumentou e voltou a se situar na
casa dos 30% - nível semelhante ao
apurado em meados de 98, quando
disputava o Planalto contra FHC.
Causam surpresa e são difíceis de
explicar algumas respostas do eleitorado sobre as perspectivas da economia. De acordo com o Datafolha, diminuiu a parcela dos que acham que
a inflação vá subir e que o desemprego vá aumentar; aumentou a dos que
prevêem crescimento de seu poder
de compra. Isso se dá após semanas
de turbulência financeira e após uma
sucessão de notícias ruins sobre queda na renda do trabalhador, desemprego e baixa atividade econômica.
Seja qual for a explicação para esse
comportamento do eleitorado, não
parece errado atribuir a melhora da
popularidade de FHC (que voltou a
atingir o ápice do segundo mandato)
em alguma medida a essa estranha
melhora de humor coletivo.
Texto Anterior: Editoriais: RESTRIÇÕES EXTERNAS Próximo Texto: Editoriais: JUVENTUDE E POPULISMO
Índice
|