São Paulo, domingo, 11 de setembro de 2005 |
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TENDÊNCIAS/DEBATES Após o Katrina, EUA agradecem aos amigos
JOHN J. DANILOVICH
Desastres naturais, como o furacão Katrina, cobram um preço espantoso à humanidade e à sociedade. Além da terrível perda de vidas, é preciso reconstruir casas, revitalizar as comunidades e reconstruir a vida das pessoas. Entretanto, apesar desses horrores, esses acontecimentos revelam freqüentemente o melhor da natureza humana, na medida em que os governos, as comunidades e os cidadãos reagem com atos de bravura, desprendimento e caridade. Vimos o povo americano reagir com generosidade para ajudar seus semelhantes em todo o mundo em momentos de dificuldades, como ocorreu após o recente tsunami na Ásia. Hoje estamos vendo a mesma reação calorosa e compassiva por parte da comunidade internacional em resposta ao Katrina. A secretária de Estado, Condoleezza Rice, expressou os mais sinceros agradecimentos do presidente e do governo dos EUA aos líderes e cidadãos das numerosas nações que ofereceram ajuda generosa e caridosa às vítimas dessa tragédia. Como exemplo mais evidente dessa boa vontade, recebemos a generosa oferta de ajuda do Sri Lanka, país que ainda está se recuperando da catástrofe do tsunami. Agradecemos em especial a resposta de nossos amigos do Brasil. O governo brasileiro e o governo do Estado de São Paulo entraram em contato com os Estados Unidos para oferecer assistência, e nossas embaixadas e consulados também receberam inúmeros telefonemas de cidadãos brasileiros comuns querendo ajudar. A solidariedade demonstrada pelo Brasil aos Estados Unidos tem sido acalentadora e revela o melhor do povo brasileiro. Fiquei especialmente comovido ao saber que uma menina de 12 anos, de Belém, foi de porta em porta em seu bairro para arrecadar alimentos e roupas para as vítimas do Katrina. Ela mesma era de família de poucas posses, e ainda assim naquele momento estava pensando nas pessoas que estavam distantes, mas precisando de ajuda. Os desastres naturais não reconhecem fronteiras internacionais nem fazem distinção entre ricos e pobres, brancos e negros, jovens e velhos. Acredito nisso e na bondade e compaixão da humanidade que deixa extravasar tanta boa vontade, independentemente de nacionalidade, orientação política, raça ou situação econômica. Apesar dos traumas sofridos na última semana, Nova Orleans e a região do Golfo se erguerão novamente. O povo americano é forte e já superou tragédias no passado com energia e determinação. Residências e empresas serão consertadas ou reconstruídas, vidas se reestruturarão, e Nova Orleans sem dúvida recuperará seu lugar de destino histórico e cultural para milhões de turistas. Porém o que permanecerá depois que as lembranças desse terrível evento se apagarem é a eterna gratidão dos Estados Unidos para com seus amigos de todo o mundo que responderam de forma tão espetacular ao nosso sofrimento. É comum dizer que conhecemos nossos amigos nas horas de necessidade. A julgar pelas respostas que tivemos na semana passada, os Estados Unidos contam com muitos amigos leais no Brasil e em outras partes do mundo. Nossa gratidão para com vocês será eterna e jamais nos esqueceremos de sua generosidade. John J. Danilovich, cientista político e mestre em relações internacionais, é o embaixador dos Estados Unidos da América no Brasil. Foi embaixador na Costa Rica (2001-2004). Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES Augusto Heleno Ribeiro Pereira: Haiti: um grande desafio Próximo Texto: Painel do leitor Índice |
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