|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUMSFELD E BUSH
Há apenas seis meses, marines ajudavam iraquianos a
derrubar uma estátua de Saddam
Hussein no centro de Bagdá. A imagem correu o mundo como sinal de
que a guerra acabara. O presidente
George W. Bush experimentava elevados índices de popularidade e crescia o prestígio do secretário da Defesa Donald Rumsfeld, um dos principais mentores da operação militar.
Muita coisa mudou desde então.
Embora Bush tenha declarado em 1º
de maio o fim das principais operações de combate, a guerra claramente não acabou. Grupos guerrilheiros
preparam emboscadas quase que
diárias para as tropas invasoras. O
total de militares norte-americanos
mortos no "pós-guerra" supera os
óbitos do conflito "oficial".
Para os civis iraquianos, a situação
não é muito melhor. Embora uma tirania tenha sido deposta, o país sofre
com a falta de ordem, segurança, infra-estrutura e empregos. Os sinais
de descontentamento são crescentes. As tentativas de Bush de obter
tropas, dinheiro e apoio nas Nações
Unidas para a reconstrução do país
não têm frutificado. Cada semana de
permanência dos 130 mil soldados
custa aos EUA US$ 1 bilhão. Bush
começa a sentir os ônus políticos.
Sua popularidade é a mais baixa já registrada, e os democratas já vêem como reais as chances de vencer o pleito presidencial de 2004.
Nesse cenário, o outrora todo-poderoso Rumsfeld já não parece ser
visto como o brilhante estrategista
que mudou o modo de fazer a guerra. Ao que consta, vem recebendo sinais de frieza da Casa Branca. Não
foi nem consultado por Bush a respeito de mudanças na administração
iraquiana criada pelos EUA.
O aparente desprestígio de Rumsfeld, no entanto, não servirá para
transferir responsabilidades. No final das contas, será Bush o homem a
ser julgado pelos norte-americanos,
que dirão nas urnas se o presidente
merece ou não um novo mandato.
Texto Anterior: Editoriais: GRAVE REVELAÇÃO Próximo Texto: Editoriais: MENOS ARMAS
Índice
|