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ÁGUA BEM USADA
É uma boa notícia a de que a
Prefeitura de São Paulo começou a lavar vias públicas e monumentos com a chamada "água de reúso",
isto é, água que não pode ser consumida por humanos nem utilizada
em higiene pessoal, mas que é mais
do que boa para a lavagem de logradouros. O metro cúbico da água potável custa R$ 6,00, contra apenas R$
0,36 da água reciclada.
A administração municipal firmou
acordo com a Sabesp (companhia de
saneamento paulista) para o fornecimento de 19 milhões de litros de
água de reúso por mês. A prefeitura
espera, já na primeira fase, economizar 87% do volume de água potável
utilizada na limpeza urbana. É de fato absurdo usar água potável, que
passa por um processo de captação e
tratamento relativamente caro, para
lavar ruas e estátuas.
Cabe perguntar por que a medida já
não havia sido adotada anos antes.
Tão importante quanto a economia
financeira -que beneficia a todos os
contribuintes paulistanos- é a utilização mais racional de um bem cada
vez mais escasso como é a água. Embora a substituição de água potável
por de reúso para determinadas aplicações seja uma medida até óbvia de
economia, foi preciso que a cidade
chegasse às vésperas de um racionamento para que as autoridades a implementassem.
É importante agora que se reduzam os entraves burocráticos para
que também particulares tenham
acesso à água reutilizada. Não faz
sentido lavar o chão de fábricas, por
exemplo, com água tratada. A disseminação de contratos semelhantes
ao firmado entre a prefeitura paulistana e a Sabesp pode resultar em significativa economia.
Em que pesem as grandes reservas
de água do país, elas não são uniformemente distribuídas. A racionalização de seu uso é uma política correta e necessária.
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