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São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2003

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ÁGUA BEM USADA

É uma boa notícia a de que a Prefeitura de São Paulo começou a lavar vias públicas e monumentos com a chamada "água de reúso", isto é, água que não pode ser consumida por humanos nem utilizada em higiene pessoal, mas que é mais do que boa para a lavagem de logradouros. O metro cúbico da água potável custa R$ 6,00, contra apenas R$ 0,36 da água reciclada.
A administração municipal firmou acordo com a Sabesp (companhia de saneamento paulista) para o fornecimento de 19 milhões de litros de água de reúso por mês. A prefeitura espera, já na primeira fase, economizar 87% do volume de água potável utilizada na limpeza urbana. É de fato absurdo usar água potável, que passa por um processo de captação e tratamento relativamente caro, para lavar ruas e estátuas.
Cabe perguntar por que a medida já não havia sido adotada anos antes. Tão importante quanto a economia financeira -que beneficia a todos os contribuintes paulistanos- é a utilização mais racional de um bem cada vez mais escasso como é a água. Embora a substituição de água potável por de reúso para determinadas aplicações seja uma medida até óbvia de economia, foi preciso que a cidade chegasse às vésperas de um racionamento para que as autoridades a implementassem.
É importante agora que se reduzam os entraves burocráticos para que também particulares tenham acesso à água reutilizada. Não faz sentido lavar o chão de fábricas, por exemplo, com água tratada. A disseminação de contratos semelhantes ao firmado entre a prefeitura paulistana e a Sabesp pode resultar em significativa economia.
Em que pesem as grandes reservas de água do país, elas não são uniformemente distribuídas. A racionalização de seu uso é uma política correta e necessária.


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