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HORA DA VERDADE
Mahmoud Abbas , o presidente da Autoridade Nacional
Palestina, demitiu na quinta-feira
nove policiais responsáveis pela segurança interna na faixa de Gaza.
Eles foram responsabilizados por
não terem impedido que o grupo terrorista islâmico Hamas praticasse
um novo atentado contra colonos judeus naquele território.
Essa demonstração de autoridade,
embora auspiciosa, traz em si um sinal de fraqueza. A ANP, que tem como objetivo prioritário a criação de
um Estado palestino em Gaza e na
Cisjordânia, ainda parece distante de
assegurar aquilo que é próprio a
qualquer governo instituído: o monopólio da violência.
Abbas sabe ser inútil tentar convencer Israel de que representa a totalidade dos palestinos enquanto, ao lado de suas forças de segurança, milícias armadas continuarem a agir
com estratégias próprias, por vezes
patrocinadas por outros países árabes, como a Síria, e sobretudo avessas a negociações diplomáticas. São
grupos que até hoje não abandonaram a inaceitável e anacrônica bandeira da destruição de Israel.
Entre os israelenses também existem setores radicais que negam aos
palestinos o direito de organizar seu
próprio país. São grupos que fomentam o confronto, mas se limitam à
atuação política. Não comandam
ações militares e não constituem um
poder paralelo.
Abbas tem diante de si uma tarefa
árdua. Agrupamentos extremistas
como o Hamas ou o Jihad Islâmico
conquistaram uma certa popularidade por se vincularem a lideranças religiosas e por atuarem como entidades assistencialistas. Além disso, ganharam prestígio ao assumirem posições moralistas contra a corrupção
da ANP nos tempos de Iasser Arafat.
É de todo modo imperativo que esses grupos sejam desarmados. Só assim o presidente palestino poderia
credenciar-se integralmente como
interlocutor regional e conferir à sua
liderança o lastro necessário para
uma solução definitiva de paz.
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