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São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

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A AMEAÇA DO TERROR

Poucas mortes podem ser mais revoltantes do que as provocadas por ataques terroristas. Qualquer um pode ser vítima. Num átimo, perde-se a vida por estar no lugar errado na hora errada.
O terrorista é, no fundo, um grande covarde. Incapaz de dar encaminhamento político a seus pleitos, que podem eventualmente até ser justos, ele arrasta para a sua causa pessoas que não escolheram se envolver na questão. E o faz cegamente. Entre suas vítimas podem estar tanto representantes do "inimigo" como pessoas simpáticas às reivindicações dos extremistas. No mais das vezes, porém, os mortos são apenas inocentes, incluindo crianças e jovens, incapazes até de entender as diferenças que separam as partes em conflito.
Nos últimos dias, várias ações terroristas ganharam as páginas dos jornais. Na terça-feira, uma bomba em Jacarta (Indonésia) deixou dez mortos e mais de 150 feridos. As suspeitas recaem sobre o Jemaah Islamiyah, que opera em conjunto com a Al Qaeda. Na quinta, foi a vez do Iraque. Um caminhão-bomba deixado em frente à embaixada da Jordânia em Bagdá matou 11 pessoas e feriu 65. Ninguém reivindicou a ação, mas acredita-se que o Iraque ocupado se tenha tornado campo de operações para vários grupos extremistas. No domingo, foguetes disparados pelo Hizbollah atingiram o norte de Israel, provocando a morte de um adolescente e ferindo cinco pessoas.
O principal traço a unir os perpetradores de ações tão díspares é a insânia: dizem defender a justiça e a liberdade, mas não hesitam um instante antes de assassinar inocentes.
Os ataques também mostram como é difícil combater o terrorismo. Autoridades podem evitar vários atentados, mas é impossível prevenir todos. E, para os terroristas, basta acertar algumas vezes.
O terrorismo precisa ser enfrentado em várias frentes. Há o aspecto militar, que não pode ser negligenciado, mas há também o da negociação política. Mais do que a "guerra ao terror", é esse último o caminho que parece reunir as esperanças de, a médio ou a longo prazo, melhor controlar a ameaça terrorista.


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