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A AMEAÇA DO TERROR
Poucas mortes podem ser
mais revoltantes do que as provocadas por ataques terroristas.
Qualquer um pode ser vítima. Num
átimo, perde-se a vida por estar no
lugar errado na hora errada.
O terrorista é, no fundo, um grande
covarde. Incapaz de dar encaminhamento político a seus pleitos, que podem eventualmente até ser justos, ele
arrasta para a sua causa pessoas que
não escolheram se envolver na questão. E o faz cegamente. Entre suas vítimas podem estar tanto representantes do "inimigo" como pessoas
simpáticas às reivindicações dos extremistas. No mais das vezes, porém, os mortos são apenas inocentes, incluindo crianças e jovens, incapazes até de entender as diferenças
que separam as partes em conflito.
Nos últimos dias, várias ações terroristas ganharam as páginas dos
jornais. Na terça-feira, uma bomba
em Jacarta (Indonésia) deixou dez
mortos e mais de 150 feridos. As suspeitas recaem sobre o Jemaah Islamiyah, que opera em conjunto com a Al
Qaeda. Na quinta, foi a vez do Iraque.
Um caminhão-bomba deixado em
frente à embaixada da Jordânia em
Bagdá matou 11 pessoas e feriu 65.
Ninguém reivindicou a ação, mas
acredita-se que o Iraque ocupado se
tenha tornado campo de operações
para vários grupos extremistas. No
domingo, foguetes disparados pelo
Hizbollah atingiram o norte de Israel, provocando a morte de um adolescente e ferindo cinco pessoas.
O principal traço a unir os perpetradores de ações tão díspares é a insânia: dizem defender a justiça e a liberdade, mas não hesitam um instante antes de assassinar inocentes.
Os ataques também mostram como é difícil combater o terrorismo.
Autoridades podem evitar vários
atentados, mas é impossível prevenir
todos. E, para os terroristas, basta
acertar algumas vezes.
O terrorismo precisa ser enfrentado em várias frentes. Há o aspecto
militar, que não pode ser negligenciado, mas há também o da negociação política. Mais do que a "guerra
ao terror", é esse último o caminho
que parece reunir as esperanças de, a
médio ou a longo prazo, melhor
controlar a ameaça terrorista.
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