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LENTIDÃO NO RODOANEL
Lançado em 1997 com o objetivo de facilitar o transporte de
mercadorias e aliviar o tráfego de veículos pesados na cidade de São Paulo, o Rodoanel Mário Covas tornou-se uma obra secundária para o governo federal. A construção, que seria
bancada por um consórcio formado
por União, Estado e município, na
proporção de 25%, 50% e 25%, deveria ser concluída em 2005.
Na administração Celso Pitta, no
entanto, a cidade desistiu do empreendimento, posição mantida pela
atual prefeita, Marta Suplicy. Nova
divisão foi feita, cabendo ao governo
federal arcar com 33,33% dos custos,
ficando o restante para o Estado. O
projeto prevê uma via expressa de 170
km que interligará dez rodovias na
região metropolitana de São Paulo.
Até aqui, foi inaugurada apenas a
chamada "alça oeste".
Com o envio ao Congresso do Plano Plurianual do governo Luiz Inácio
Lula da Silva ficou claro que a obra
será conduzida em ritmo lento. Os
trechos norte e leste nem serão iniciados nos próximos três anos.
Repete-se, assim, um conhecido e
lamentável padrão de lançamento de
obras públicas no Brasil: grande
alarde no anúncio, festivas inaugurações parciais e posterior abandono.
Mais uma vez a sociedade tem diante
de si um exemplo não apenas da danosa descontinuidade entre administrações mas da crescente incapacidade de o poder público promover
investimentos em infra-estrutura.
Às voltas com a consecução de superávits primários para saldar os juros de seu endividamento, e com a
renitente dificuldade para criar condições para o crescimento sustentado, o país tem fracassado seguidamente em seus objetivos de mobilizar recursos para obras públicas.
Eis um caso em que a "criatividade" cobrada pelo presidente da República de seus ministros deveria ser
exercitada com vista a uma engenharia financeira capaz de dar prosseguimento ao que foi prometido.
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