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Editoriais
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Investimento em alta
A DESPEITO de frustradas as
expectativas do governo e
dos analistas de mercado,
os dados sobre o PIB do terceiro
trimestre do ano, divulgados
nesta semana, refletem um perfil
do crescimento da economia
brasileira algo melhor do que vinha sendo registrado.
O PIB do período de julho a setembro foi 1,3% superior ao do
trimestre anterior -aquém dos
cerca de 2% esperados pela
maior parte dos especialistas.
Mas agora lideram a expansão
os gastos com investimento em
ampliação da capacidade produtiva, que cresceram 6,5% em relação ao trimestre anterior, bem
à frente das despesas de consumo das famílias, do governo e dos
gastos com importações. A expansão da capacidade de oferta é
crucial para atenuar as pressões
inflacionárias que acompanham
o crescimento econômico.
Também positivo é o fato de a
indústria ter sido, pelo segundo
trimestre consecutivo, o setor
que mais cresceu em relação ao
período anterior, à frente de serviços e agropecuária. Essa liderança é importante por ser a indústria um setor com forte capacidade de impulsionar a economia como um todo.
Como o desempenho no trimestre ficou abaixo do esperado,
talvez esse dado enfraqueça a expectativa de que o Banco Central
vá elevar a taxa de juros já no primeiro trimestre de 2010 -hipótese que vinha ganhando força
nas últimas semanas.
O foco de preocupação a respeito do desempenho econômico do Brasil no ano que vem se
desloca do PIB -pois nesse flanco as estimativas já apontam alta
acima de 5%- para as contas fiscais e externas. Dado o padrão de
gastos excessivos da máquina
pública, o crescimento será cada
vez mais bancado pela poupança
externa. Isso não apenas custa
caro ao país, mas aumentará,
paulatinamente, a sua vulnerabilidade a crises cambiais.
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