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CLÓVIS ROSSI
O PT, a torta e o aniversário
SÃO PAULO - O PT fez 24 anos ontem. Como justa homenagem ao
grande partido, passo a reproduzir
algumas notícias e comentários do
dia do aniversário:
1 - "Os juros cobrados de pessoas físicas e empresas pelos bancos (...) voltaram a subir em janeiro. (...) A taxa
média cobrada do consumidor foi de
149,59%". Repito: 149,59%.
2 - "O ministro Guido Mantega
(Planejamento) diz que o corte no
Orçamento (para 2004) atinge investimentos, o que Antonio Palocci negara ao anunciar o bloqueio de R$
6,5 bilhões".
3 - "Não consigo acreditar que um
governo que se diz comprometido
com o social cogite fazer isso" ("isso"
é cortar 80% da verba destinada ao
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), diz Naidison Baptista,
de uma ONG parceira do programa
na Bahia.
O governo só voltou atrás depois de
a Folha ter denunciado a barbaridade em preparação.
4 - "Este recuo diante da pressão da
indústria da mídia reafirma o continuísmo do governo Lula também no
setor das comunicações" (de Ana Olmos, psicanalista de crianças e adolescentes e presidente da ONG TVer,
sobre o governo ter cedido à pressão
das emissoras e desistido de reclassificar os chamados "telejornais policiais", ou sanguinolentos).
5 - "A norma que o Executivo defende (...) é vulnerável à corrupção",
de Claudio Weber Abramo, diretor-executivo da Transparência Brasil, a
respeito do projeto de lei Parceiras
Público-Privadas, em tramitação no
Congresso Nacional.
Não precisei ir além das três ou
quatro primeiras páginas desta Folha para formar minha coleção de
elogios ao governo do PT, 24.
Um partido que começou jogando,
simbolicamente, tortas na cara de todos os adversários, agora, justamente
na véspera de completar 24 anos, toma, também simbolicamente, uma
torta na cara, na pessoa do ministro
Ricardo Berzoini (ex-Previdência,
atual Trabalho). É justo.
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