São Paulo, sábado, 13 de maio de 2000


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EM CONSTRUÇÃO

Ao que tudo indica, serão efetivamente iniciados na próxima semana os Fóruns de Competitividade. Após o adiamento do fórum dos têxteis, a construção será o primeiro setor a ser discutido. Entre as reivindicações dos empresários, estão a criação de um imposto sobre combustíveis para a aplicação em rodovias, um programa de redução do déficit habitacional e o estabelecimento de prioridade às empresas brasileiras no acesso ao crédito do BNDES.
A questão relevante do setor não é a capacitação tecnológica, e, sim, a geração de empregos. Nesse sentido, é compreensível que as propostas dos empresários estejam ligadas principalmente à reativação da demanda.
Como orientação geral, entretanto, seria recomendável que o fórum discutisse alternativas de reativação da demanda que também produzam resultados sociais positivos.
Nesse sentido, é louvável que se faça um programa de combate ao déficit habitacional. No Brasil, esse déficit é grande (cerca de 5,6 milhões de unidades, segundo a Caixa Econômica Federal) e concentrado na população com renda de até cinco salários mínimos. É desejável que o governo conceda financiamento subsidiado para essa faixa da população.
É oportuno ainda destacar o pedido feito ao FMI pelo governo brasileiro de excluir os investimentos das empresas estatais do cálculo das despesas correntes do setor público. Conforme destacado por esta Folha, o atual procedimento tem inibido o investimento em áreas carentes de infra-estrutura. Em saneamento, por exemplo, analistas estimam uma liberação de recursos para investimentos da ordem de R$ 3 bilhões. Além de possibilitar a recuperação de setores vitais para o bem-estar econômico e social, esses investimentos seriam um importante fonte de demanda para a construção civil.
Por último, vale fazer um alerta. É fundamental que os gastos públicos sejam feitos de forma racional, transparente e bem-controlada, o que nem sempre ocorreu no passado.


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