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EM CONSTRUÇÃO
Ao que tudo indica, serão efetivamente iniciados na próxima
semana os Fóruns de Competitividade. Após o adiamento do fórum dos
têxteis, a construção será o primeiro
setor a ser discutido. Entre as reivindicações dos empresários, estão a
criação de um imposto sobre combustíveis para a aplicação em rodovias, um programa de redução do déficit habitacional e o estabelecimento
de prioridade às empresas brasileiras
no acesso ao crédito do BNDES.
A questão relevante do setor não é a
capacitação tecnológica, e, sim, a geração de empregos. Nesse sentido, é
compreensível que as propostas dos
empresários estejam ligadas principalmente à reativação da demanda.
Como orientação geral, entretanto,
seria recomendável que o fórum discutisse alternativas de reativação da
demanda que também produzam resultados sociais positivos.
Nesse sentido, é louvável que se faça um programa de combate ao déficit habitacional. No Brasil, esse déficit é grande (cerca de 5,6 milhões de
unidades, segundo a Caixa Econômica Federal) e concentrado na população com renda de até cinco salários mínimos. É desejável que o governo conceda financiamento subsidiado para essa faixa da população.
É oportuno ainda destacar o pedido feito ao FMI pelo governo brasileiro de excluir os investimentos das
empresas estatais do cálculo das despesas correntes do setor público.
Conforme destacado por esta Folha,
o atual procedimento tem inibido o
investimento em áreas carentes de
infra-estrutura. Em saneamento, por
exemplo, analistas estimam uma liberação de recursos para investimentos da ordem de R$ 3 bilhões. Além
de possibilitar a recuperação de setores vitais para o bem-estar econômico e social, esses investimentos seriam um importante fonte de demanda para a construção civil.
Por último, vale fazer um alerta. É
fundamental que os gastos públicos
sejam feitos de forma racional, transparente e bem-controlada, o que
nem sempre ocorreu no passado.
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