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MORTALIDADE INFANTIL
Celebra-se o fato de, pela primeira vez na história, o Brasil
ter registrado, em 2000, uma taxa de
mortalidade infantil (de zero a um
ano de idade) inferior a 30 por mil bebês nascidos vivos. Em 1990, esse índice era de 48; em 1980, de 75.
Em termos históricos há motivos
para comemoração. A taxa de 29,6
aferida pelo Censo 2000 supera a expectativa do próprio IBGE, que esperava chegar ao final da década de 90
com uma cifra de 33 ou 34 por mil.
No mundo real, contudo, o índice
de 29,6 ainda é uma enormidade.
Trata-se, afinal, da morte de algumas
dezenas de milhares de crianças a cada ano. E muitos desses óbitos seriam perfeitamente evitáveis.
Na comparação com outros países,
a situação é bastante incômoda. Nações européias exibem taxas da ordem de cinco por mil ou até menos;
os EUA, sete. A comparação direta
com países desenvolvidos é descabida. Mas o Brasil não está bem mesmo para padrões latino-americanos.
No Chile, a mortalidade é de 10; na
Argentina, 18; e no Paraguai, 24.
A redução de 38% na mortalidade
infantil obtida ao longo da última década é significativa e deve ser ressaltada como um ponto positivo do
atual governo. Mas é preciso dizer
que ela ainda está muito longe do
ideal. A OMS considera aceitáveis taxas de até 20 por mil.
O Brasil precisa, portanto, aprofundar seus esforços. O caminho é
conhecido. De um lado, é necessário
ampliar os serviços de acompanhamento das mulheres grávidas para
reduzir os óbitos neonatais (até 28
dias de idade). De outro, deve-se
atuar sobre as mortes pós-neonatais
(de 28 a 364 dias). Destaca-se aqui o
combate às diarréias e às infecções
respiratórias. Podem-se obter resultados rapidamente com investimentos em saneamento básico e na rede
primária de atendimento médico.
Quando essas doenças são detectadas e tratadas precocemente, é bem
mais fácil evitar o óbito.
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