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FERNANDO RODRIGUES
Ricardo Sérgio foi privatizado
BRASÍLIA - A mais bem-sucedida
privatização do governo FHC é a do
economista, empresário e ex-diretor
do Banco do Brasil Ricardo Sérgio de
Oliveira. Trata-se de alguém que
prosperou estatal e amarga sozinho
na vida privada o ônus dos problemas causados dentro do governo.
Não existe negócio esquisito com
alguma relação a Ricardo Sérgio que
não seja rapidamente isolado pelo
Palácio do Planalto. Se houve propina no caso da Vale, quem pediu por
conta própria foi o ex-diretor do BB.
Se empresas em São Bernardo do
Campo se descontrolam e suas dívidas explodem por causa dos juros altos, a ajuda para um desconto de R$
73 milhões não foi do governo nem
do PSDB. Foi iniciativa de Ricardo
Sérgio. Problema dele.
Se um dos donos das empresas era
casado com uma prima de José Serra,
pouco importa. Afinal, não podemos
saber o que fazem os maridos de nossas primas, como bem disse o tucano.
Mesmo que tenhamos um terreno em
sociedade com um desses maridos. E
que o marido da dívida perdoada em
95 seja amigo do meu arrecadador de
campanha de 94.
Quando Ricardo Sérgio disse, no
leilão das teles, que estava ""no limite"
da irresponsabilidade, referia-se apenas a si próprio. Embora a conversa
tenha se dado com o então ministro
das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, um tucano serrista.
Não adiantam evidências. Ricardo
Sérgio pertence apenas à iniciativa
privada. Fez tudo por conta própria.
O leitor já deve ter notado como os
próceres do PSDB se referem a Ricardo Sérgio quando o tema é dinheiro
político. ""Ele foi arrecadador de fundos para campanhas tucanas", dizem. Mesmo que tenha sido, ao que consta, apenas um dos principais coletores de dinheiro para Serra (90, 94 e 96) e para FHC (94 e 98).
Além de privatizado, como se vê, Ricardo Sérgio também virou genérico. É arrecadador dos tucanos, no coletivo. Não de Serra nem de FHC.
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