|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Frente libanesa
O QUE de pior poderia ocorrer no conflito israelo-palestino aconteceu. Forças
israelenses lançaram-se em incursões no Líbano, abrindo nova
frente de batalha. Há informações de que o governo do premiê
Ehud Olmert está concentrando
tropas na fronteira norte de Israel, no que pode ser o prelúdio
de uma grande ofensiva contra o
Hizbollah, milícia xiita que controla o sul do Líbano e que deflagrou a atual escalada ao matar,
ontem, oito soldados israelenses
e seqüestrar outros dois.
A crise emerge quando as tropas do Estado judeu já realizavam expedições punitivas em
Gaza para pressionar terroristas
do Hamas a libertar um cabo israelense seqüestrado há 19 dias.
Não há justificativa para o ato
do Hizbollah. O grupo, que integra a coalizão de governo do Líbano, precisa decidir se quer permanecer uma congregação de arruaceiros terroristas ou se pretende mesmo converter-se num
partido político, hipótese em que
precisa aceitar responsabilidades e acatar políticas de Estado.
O seqüestro dos soldados israelenses é desastroso para o Líbano. O país corre o sério risco de
voltar a ser ocupado por tropas
de Israel. Na melhor das hipóteses, terá sua recém-reconstruída
infra-estrutura no sul danificada
pelos ataques israelenses.
Freqüentemente, a culpa pelo
impasse no Oriente Médio pode
ser atribuída a Israel, que costuma atuar com mão pesada, fazendo a população civil pagar por
ações de grupos terroristas. Desta feita, porém, não há como exigir do Estado judeu que deixe de
responder ao seqüestro de soldados que patrulham suas fronteiras. O Hizbollah deu a Ehud Olmert um "casus belli" real.
Mais uma vez, os radicais do
Oriente Médio conseguem fazer
sua agenda de violência prevalecer sobre a esmagadora maioria
de israelenses, palestinos e libaneses, que quer viver em paz.
Texto Anterior: Editoriais: Novos ataques Próximo Texto: Madri - Clóvis Rossi: O crime e as atitudes Índice
|