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Editoriais
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Os males dos Correios
Antes símbolo de eficiência, a
Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos passou a reproduzir
nos últimos anos, de alto a baixo,
o que há de pior na administração
pública do país.
Loteada, a estatal teve seus
principais cargos usados pelo governo Lula como moeda política. É
de perguntar o quê -ou quanto-
teriam a ganhar diferentes grupos
partidários na empresa, dada a ferocidade das disputas internas.
Foi desse embate que eclodiu o
escândalo do mensalão. Também
as denúncias que derrubaram a
ex-ministra Erenice Guerra se seguiram à intervenção direta da Casa Civil, com o objetivo de reduzir
o poder do PMDB, na empresa.
Os problemas se estendem às
agências de atendimento. Unidades franqueadas à iniciativa privada foram distribuídas nos anos
1990 sem licitação, dando margem a nomeações políticas.
Em 2009, a Justiça finalmente
determinou que esses contratos
fossem encerrados até novembro
deste ano, e que novo processo licitatório fosse realizado. A um
mês do fim do prazo, continua
pendente a situação da maioria
das 1.500 agências franqueadas.
Para evitar um "apagão" postal,
o governo decide, agora, providenciar um remendo: prorrogar os
contratos por sete meses.
A melhor saída para a empresa
seria obrigá-la a enfrentar um
mercado competitivo, flexibilizando o seu monopólio sobre os
serviços postais essenciais. Tal
medida parece hoje impossível,
no entanto, como se pode constatar pela mistificação promovida
na campanha eleitoral contra a
benéfica privatização de setores
ineficazes da economia brasileira.
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