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São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2003

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CRISE NA AVIAÇÃO

A Associação do Transporte Aéreo dos EUA estimou que a invasão ao Iraque possa resultar em prejuízos de US$ 4 bilhões para as companhias, corte de 2.200 vôos diários e redução de 70 mil empregos. As ações das empresas tiveram quedas acentuadas nas Bolsas de Valores. As ações da AMR, controladora da American Airlines, maior empresa aérea do mundo, já se desvalorizaram 95% nos últimos 12 meses.
A ameaça de guerra parece prolongar a severa redução na demanda por viagens aéreas. Essa queda foi desencadeada pela diminuição nas viagens de negócios diante da desaceleração da economia mundial, pelos ataques terroristas de 11 de setembro e pelo aumento nos preços do petróleo. O custo dos combustíveis de aviação, que representa mais de 33% do preço das passagens, pode aumentar ainda mais durante a guerra.
Nesse cenário de retração, as empresas aéreas americanas apresentaram prejuízos de US$ 7,7 bilhões em 2001 e de US$ 11,3 bilhões em 2002. Duas companhias -US Airways Group e United Airlines Corp.- pediram concordata. E o setor já demitiu 98 mil trabalhadores.
O mercado brasileiro de aviação comercial também enfrenta forte contração. Em fevereiro, o número de passageiros caiu 6,2%; foi a sétima queda mensal consecutiva. A ocupação média dos vôos permaneceu em 55%. A fusão da Varig com a TAM procura, entre outros objetivos, reduzir a ociosidade das aeronaves, mas tem resultado em queda no número de vôos.
Após o ataque terrorista, as companhias aéreas americanas foram beneficiadas com um pacote de US$ 15 bilhões. Mas, diante dos prejuízos anunciados, o setor está pleiteando abatimentos fiscais, auxílio para os gastos de segurança e a liberação de 1 milhão de barris de petróleo por dia das reservas americanas para reduzir os preços dos combustíveis. Dificilmente o governo brasileiro escapará de conceder algum suporte financeiro às empresas domésticas.


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