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VINICIUS TORRES FREIRE
Sobre a repressão em Cuba
SÃO PAULO - Em cerca de 20 dias, o governo de Cuba prendeu, processou
e condenou 75 dissidentes a penas de
seis a 28 anos de cadeia. Eram acusados de subversão da ordem política e
econômica, a soldo dos EUA. Os tribunais proibiram jornalistas de
acompanhar os julgamentos, que
ocorreram na semana passada.
Os dissidentes foram denunciados
por agentes infiltrados pelo governo
cubano entre a oposição. Alguns
agentes chegaram a se disfarçar de
oposicionistas por 12 anos e tinham
livre acesso ao escritório diplomático
dos EUA em Cuba.
Depois de saírem do armário, os espiões foram saudados como heróis no
jornal do Partido Comunista de Cuba, o "Granma", em textos sentimentais, parecidos com os da propaganda
de qualquer ditadura da América
Latina. Em festas organizadas pelo
governo, os agentes se "reconciliaram" com a família, amigos e vizinhos, que antes os imaginavam "traidores da revolução".
A Anistia Internacional e a Human
Rights pediram a libertação dos dissidentes, a quem chamam de "presos
de consciência". Mas lei cubana de
1999 prevê cana dura para quem agir
de acordo com a lei Helms-Burton,
obra da louca direita dos EUA que
prevê apoio para o endurecimento do
embargo dos EUA a Cuba e para a
subversão do regime cubano.
O encarregado de negócios dos
EUA em Cuba, James Cason, dava
dinheiro aos dissidentes. Recebia-os
em casa para organizar partidos de
oposição. Admitiu que "não era passivo" na sua atividade. A oposição
não nega contatos com Cason. Mas a
oposição existia bem antes de os EUA
terem diplomatas em Havana.
Fidel Castro é um ditador bananeiro que prende oposicionistas, a soldo
ou não dos EUA. Dedica-se a coisas
como impedir seu povo de abrir restaurantes por quilo, entre outras
idiotices, embora tolere a prostituição dolarizada de seus jovens. Governos dos EUA sempre violaram a lei
internacional e direitos de soberania
com atentados, golpes e ajuda a ditadores assassinos amigos. Agora, violam até liberdades de seu povo.
Tudo nessa história fede.
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