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FERNANDO RODRIGUES
O futuro incerto de ACM
BRASÍLIA - É incerto o desfecho do megagrampo telefônico da Bahia,
que envolve o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
O mais notável nesse episódio é o
corpo mole do Palácio do Planalto a
favor do político baiano. Um advogado ligado a importantes figuras petistas colabora reservadamente na defesa de ACM.
Está marcado para amanhã, às
17h, o depoimento do senador. Data e
horário ideais para a defesa. Nesta
Semana Santa, o Congresso terá quórum reduzido.
Um grupo grande de políticos acha
desnecessário o depoimento oral de
ACM. Bastaria uma defesa escrita. O
presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), tem essa opinião. A decisão será tomada amanhã, na última hora.
Dentro do carlismo, a previsão é
que o Conselho de Ética tome uma
decisão até o final deste mês. Há
chance real de ser recomendada uma
investigação, mas sem menção a algum tipo específico de punição.
Ao receber a decisão do Conselho
de Ética, José Sarney terá 15 dias para
se pronunciar. Em meados de maio, o
caso seria arquivado por Sarney, com
a anuência da maioria dos integrantes da Mesa Diretora do Senado
-sempre segundo o carlismo.
Os adversários de ACM terão então
que obter o apoio de nove senadores
para apresentar um recurso ao plenário e tentar derrubar o arquivamento do caso.
A partir daí, vigora a imprevisibilidade. ACM diz confiar em uma vitória se o caso for levado ao plenário.
No máximo, seria suspenso por de
um a três meses. Ficaria barato.
Adversários do baiano acreditam
que a opinião pública irá acabar forçando os senadores a ejetarem o senador pefelista da Casa.
Com a ajuda indireta do Planalto, é
óbvio que ACM está hoje muito mais
longe da cassação do que há um mês.
Mas o caso está longe do seu fim. Reviravoltas podem ocorrer.
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