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São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2003

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FERNANDO RODRIGUES

O futuro incerto de ACM

BRASÍLIA - É incerto o desfecho do megagrampo telefônico da Bahia, que envolve o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
O mais notável nesse episódio é o corpo mole do Palácio do Planalto a favor do político baiano. Um advogado ligado a importantes figuras petistas colabora reservadamente na defesa de ACM.
Está marcado para amanhã, às 17h, o depoimento do senador. Data e horário ideais para a defesa. Nesta Semana Santa, o Congresso terá quórum reduzido.
Um grupo grande de políticos acha desnecessário o depoimento oral de ACM. Bastaria uma defesa escrita. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tem essa opinião. A decisão será tomada amanhã, na última hora.
Dentro do carlismo, a previsão é que o Conselho de Ética tome uma decisão até o final deste mês. Há chance real de ser recomendada uma investigação, mas sem menção a algum tipo específico de punição.
Ao receber a decisão do Conselho de Ética, José Sarney terá 15 dias para se pronunciar. Em meados de maio, o caso seria arquivado por Sarney, com a anuência da maioria dos integrantes da Mesa Diretora do Senado -sempre segundo o carlismo.
Os adversários de ACM terão então que obter o apoio de nove senadores para apresentar um recurso ao plenário e tentar derrubar o arquivamento do caso.
A partir daí, vigora a imprevisibilidade. ACM diz confiar em uma vitória se o caso for levado ao plenário. No máximo, seria suspenso por de um a três meses. Ficaria barato.
Adversários do baiano acreditam que a opinião pública irá acabar forçando os senadores a ejetarem o senador pefelista da Casa.
Com a ajuda indireta do Planalto, é óbvio que ACM está hoje muito mais longe da cassação do que há um mês. Mas o caso está longe do seu fim. Reviravoltas podem ocorrer.


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