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AS NOVAS AGÊNCIAS
Em ritmo mais lento do que o
desejável, o governo Luiz Inácio
Lula da Silva vai chegando a definições na regulação de áreas de infra-estrutura, estratégicas para a atração
de investimentos. Finalmente, o Executivo enviou ao Congresso sua proposta para as agências reguladoras.
A criação dessas entidades, por
ocasião das privatizações, respondeu
à necessidade de oferecer garantias
tanto aos consumidores, que querem salvaguardas em relação à qualidade dos serviços públicos prestados
pela iniciativa privada, como aos investidores, que desejam um quadro
institucional estável. As agências serviriam também para amortecer os
impactos que mudanças políticas no
Executivo poderiam causar sobre essas atividades. Daí a grande apreensão de investidores quanto à manutenção ou não de mandatos não-coincidentes com os do Executivo e
estabilidade para os dirigentes.
Os temores eram justificáveis. Logo no início do governo, o próprio
presidente Lula provocou inquietações ao declarar que o país se encontrava "terceirizado" pelas agências
reguladoras. As declarações foram lidas como um sinal de que haveria reformulações drásticas. Com o passar
do tempo, porém, as posições foram
se acomodando em torno de duas linhas. A mais intervencionista era defendida pelo ministro da Casa Civil,
José Dirceu, e a outra, mais próxima
das expectativas dos investidores,
apoiada pelo Ministério da Fazenda.
No projeto encaminhado, nota-se
um certo compromisso entre as duas
vertentes, mas com prevalência da
perspectiva do ministro Antonio Palocci. Foram fixados para os diretores das agências mandatos de quatro
anos que se encerram no primeiro
semestre de cada novo governo. Um
ponto polêmico, que merecerá atenção no Legislativo, diz respeito às
metas para as agências, cujo não-cumprimento poderá ocasionar contingenciamento de verbas.
De um modo geral, porém, venceu
a idéia, correta, de que as agências
devem ser instrumentos de Estado e
não desse ou daquele governo que
ocupa o poder. Resta saber se elas
contarão com os recursos necessários para poder exercer sua missão.
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