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Complexo de Édipo e pedofilia
O complexo de Édipo é
uma fraude montada
corporativamente para
substituir a Teoria da
Sedução de Freud
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JACOB BETTONI
Existem relatos históricos escabrosos sobre violência sexual contra
crianças. Sigmund Freud (1856-1934)
não apenas tinha amplo conhecimento
dos fatos, como sabia que seu próprio
pai, Jacob, violentava regularmente seu
irmão e sua irmã.
Sua paciente Emma foi uma das vítimas do crime quando tinha 12 anos.
Freud insurge-se pioneiramente contra essa barbárie lançando, em conferências de 1896, a corajosa Teoria da Sedução, denunciante dos efeitos nocivos
das imposições sexuais contra crianças.
O boicote contra a teoria foi imediato.
Muitos médicos eram estupradores e
violadores e não podiam concordar. A
máquina corporativa funcionou azeitada. A "Wiener Klinische Wochenschrift" divulgou as atas das conferências.
Mas a Teoria da Sedução apenas simples nota. O "Neurologisches" noticiou
as conferências detalhadamente. Mas
veja a fraude em fabricação: a Teoria da
Sedução não foi nem sequer mencionada.
Em abril de 1896, Freud descreve a
Fliess a conferência, carta essa boicotada das publicações conhecidas ironicamente como "Correspondências Completas de Freud". O desabafo com o
amigo Fliess valeu-lhe nova ducha de
água fria: Fliess também violentava o filho Robert. A Teoria da Sedução estava
em total desacordo com a literatura médica, que já manipulava as histórias
reais de estupros como meras fantasias.
A teoria contrariava outras teorias
acadêmicas e práticas de prostituição.
Salvo os estuprados, Freud não conseguiu adeptos. Pelo contrário, criou inimizades, isolamento e quase foi à falência. É dele o desabafo: "Senti-me desprezado por todos. Pela primeira vez,
meu consultório está vazio. Não posso
começar nenhum novo tratamento e
nenhum dos antigos foi completado".
Esse foi o calcanhar-de-aquiles de
Freud. O único modo de reconquistar o
apoio da classe foi abandonar a Teoria
da Sedução, em setembro de 1897.
Mas a reconciliação completa só se
deu quando, num golpe de mestre,
substituiu a Teoria da Sedução pelo
complexo de Édipo: um passe mágico
transmutando vítima infantil em autora
e marmanjo estuprador em vítima das
tentações edipianas, para total aplauso
de colegas, amigos e parentes.
Mesmo depois de ter abandonado a
Teoria da Sedução, Freud se depara
com mais provas clínicas de crianças
violentadas sexualmente. Nada diz em
público, para evitar retaliações, mas
confidencia o fato em carta a Fliess, em
fevereiro de 1897, também sonegada
das "Correspondências Completas".
Vê-se, assim, que o produto edipiano
é mero embuste criado por propaganda
enganosa de espertalhões. Os fatos presenciados por Freud evidenciavam o
adulto impondo práticas sexuais contra
pequerruchos que, por sua vez, não as
desejavam nem incentivavam. A Teoria
da Sedução alertava para o efeito patológico das reminiscências da violência
sexual imposta. O complexo de Édipo
lança a suspeita universal de que a
criança deseja o ato sexual, incentivando e participando de forma ativa.
Decorridos mais de 80 anos, o mundo
não mudou muito. Em 1980, Jeffrey
Masson, faz um achado histórico: localiza documentos ardilosamente sonegados ao público pelos psicanalistas, mostrando que o complexo de Édipo é uma
fraude montada com interesses corporativos graças à cumplicidade da imprensa da época.
Ao divulgar suas descobertas, Masson
é demitido do cargo de diretor da IPA
(International Psychoanalytical Association, fundada por Freud, em 1910),
em vez de ser agraciado. O complexo de
Édipo é mais do que saber falsificado.
Nasceu da tentativa de encobrir criminosos estupradores. Sua difusão atual,
depois de comprovado como embuste,
deve ser encarada não só academicamente como mais uma fraude científica, mas enfrentada também judicialmente como propaganda enganosa,
pois ludibria a sociedade e jovens acadêmicos e incentiva a impunidade.
Sem a cumplicidade da imprensa da
época, a sociedade já estaria livre da farsa edipiana. A própria imprensa pode
agora aposentar Édipo, até porque o estoque de otários chegou ao fim!
Jacob Bettoni, psicólogo pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), é autor de "Revolução de
Paradigma na Psicologia".
http://www.noergologia.com.br
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