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São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2003

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LÓGICA ILÓGICA

O atentado terrorista em Riad, na Arábia Saudita, não chega a ser uma surpresa. Já antes do 11 de setembro ocorriam ataques contra alvos americanos na região do golfo Pérsico. E não se pode afirmar que a invasão do Iraque comandada pelos EUA tenha tornado George Bush e seus compatriotas figuras mais populares no Oriente Médio.
A ação em Riad parece levar a marca da rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden. As explosões simultâneas foram concebidas para causar números superlativos de vítimas; os alvos eram primariamente ocidentais, mas os perpetradores não se preocuparam em evitar a perda de vidas árabes. O palco escolhido foi a Arábia Saudita, de onde provém parte substancial dos militantes da organização Al Qaeda.
Mais especificamente, foram atacados condomínios residenciais fechados e ocidentalizados, que são vistos por muitos religiosos e seguidores de Bin Laden como "antros de perdição", pois as rígidas leis do islamismo wahabita nem sempre são respeitadas. O consumo de bebidas alcoólicas, por exemplo, é tolerado.
O terrorismo é um fenômeno especialmente perverso. Por maiores que sejam as medidas de segurança adotadas, é impossível erguer uma defesa à prova de falhas. E basta que os terroristas acertem uma vez para provocar inúmeras mortes e semear insegurança internacionalmente.
O presidente George W. Bush afirmou que vai encontrar os responsáveis pelo atentado de Riad e mostrar-lhes a "justiça americana". A idéia de prender e julgar os autores, desde que se respeitando os ditames da lei internacional, é correta.
O risco é o de que a política externa norte-americana e o terrorismo prossigam realimentando-se um ao outro, numa escalada insana.


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