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PREVENIR HOMICÍDIOS
As ondas de homicídio no Estado de São Paulo possuem alguns epicentros, que coincidem com
as áreas mais densamente habitadas.
A incidência dos homicídios é relativamente mais alta nessas regiões.
Mas, ao longo do tempo, os assassinatos começam a aumentar também
nos seus entornos. Em suma, a violência paulista vai chegando a cidades do interior que, antes, eram caracterizadas pela tranquilidade.
Essa tendência foi ilustrada em
pesquisa do Seade sobre homicídios
no Estado de São Paulo. Os grandes
centros de incidência dos assassinatos são a macrorregião que abrange a
Grande São Paulo, a Baixada Santista
e São José dos Campos e a região de
Campinas. Nessas áreas, a taxa de
homicídios supera 30 por 100.000
habitantes. Em seguida, com índices
que variam de 15 a 30, surgem cidades médias, como Sorocaba, Taubaté, Ribeirão Preto e Araçatuba.
A interiorização da violência se revela quando se compara, ao longo do
tempo, o número de cidades que não
registraram nenhum homicídio: era
de 283 em 1996, caiu para 263 em
2000 e para 193 no ano passado. Em
alguma escala, a desagregação social
que repercute na banalização da vida
(mata-se por uma ninharia), está se
reproduzindo no interior.
O poder público municipal e o estadual não dispõem de grandes recursos para interferir, por exemplo, na
taxa de desemprego, que é um dos
fatores que permitem a proliferação
da violência. Mas podem tentar, ao
menos, reduzir as situações em que,
com mais frequência, ocorrem os
homicídios. Em Diadema, governo
estadual e prefeitura se associaram e,
a partir de um diagnóstico estatístico
acerca dos assassinatos, começaram
a atuar para evitá-los, por exemplo
fazendo ações para desarmar pessoas nas imediações de forrós e danceterias. A taxa de homicídios caiu.
Os prefeitos paulistas que, infelizmente, terão de despender maior
preocupação com a violência em
seus municípios outrora pacatos poderiam se inspirar nesse exemplo.
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