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INQUIETAÇÃO MUNDIAL
A economia americana vem se
desacelerando fortemente sem
ameaça inflacionária. A taxa de crescimento do PIB caiu de 5% no primeiro trimestre de 2002 para 1,1% no
segundo. O índice de preços utilizado para corrigir o PIB foi de 1,2% no
segundo trimestre. No entanto, o
Fed, banco central americano, manteve a taxa de juros básica em 1,75%.
É bom lembrar que a taxa de juros
básica brasileira está em 18%.
Mas o Fed alertou para a debilidade
das condições econômicas e dos
mercados financeiros, o que foi considerado uma senha para futuras reduções. Uma queda na taxa de juros
básica dos EUA pode ter um efeito
benéfico nos mercados de ações, que
continuam caindo. Pode ainda gerar
novas renegociações dos contratos
de dívida imobiliária e prover alguma
sobra de renda para as famílias endividadas. Mas dificilmente poderia
abrandar a atual restrição de crédito,
desencadeada pela desaceleração
econômica e agravada pela crise de
confiança nos balanços corporativos. Os bancos americanos amargaram pesadas perdas com a concordata de grandes empresas e com problemas em países emergentes.
A despeito de possíveis impactos
benéficos, a capacidade de intervenção do Fed é estreita. Seu principal
instrumento está próximo de esgotar-se: a taxa de juros real (descontada a inflação) está em apenas 0,5%
ao ano. Há ainda o risco de uma desvalorização adicional do dólar.
O cenário mundial é bastante preocupante. As principais Bolsas de Valores mundiais caem, os mercados
latino-americanos enfrentam restrição de financiamento externo, a economia européia está praticamente
estagnada e a japonesa luta para sair
de uma longa recessão. Nesse contexto, uma recessão na economia
norte-americana poderia agravar
ainda mais a penúria da economia
mundial. Essa ameaça deve ser evitada pela ação conjunta das autoridades econômicas dos principais países desenvolvidos, coordenando
suas políticas macroeconômicas.
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