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MUDANÇA NA EDUCAÇÃO
As primeiras declarações do
novo secretário da Educação da
cidade de São Paulo, o deputado federal José Aristodemo Pinotti (PFL),
que toma posse em 1º de janeiro,
mais serviram para criar confusão do
que esclarecer a opinião pública sobre os compromissos que serão de
fato assumidos pela administração
José Serra na área educacional. Em
campanha, o candidato do PSDB havia afiançado que daria prosseguimento à construção de novas unidades dos CEUs (Centros de Educação
Unificados), criados pela prefeita
Marta Suplicy, para os quais, diga-se,
já há contratos assinados.
Anteontem, no entanto, Pinotti, esquecendo o que fora dito, afirmou
que a gestão tucana irá rever os contratos e suspender a construção de
CEUs "enquanto houver escolas de
lata na cidade". Ironicamente, essas
escolas, construídas com estruturas
metálicas, já deveriam ter sido extintas caso a atual prefeita, por sua vez,
tivesse cumprido o que prometera.
O novo secretário defendeu também um uso mais abrangente dos
CEUs, que passariam a ser fundamentalmente centros comunitários
-o que efetivamente já são. Além
disso, Pinotti anunciou que os alunos matriculados nessas unidades
seriam remanejados para que elas
pudessem abrigar, em turno extra,
aulas de reforço pedagógico para estudantes oriundos de outras escolas.
Pouco depois, no entanto, após falar por telefone com o prefeito eleito,
o futuro secretário entrou em contato com a reportagem deste jornal para reformular o que dissera: "Havendo espaço, vamos utilizar os CEUs
prioritariamente para crianças com
baixo rendimento escolar, mas sem
tirar as que já estudam lá".
Ao final, ficou a impressão de que
Pinotti foi precipitado e incompleto
em suas declarações, deixando margem para controvérsias. Esperemos
que, ao se aprofundar na realidade
da educação municipal, o futuro secretário possa em breve apresentar
diretrizes e projetos mais claros à população de São Paulo.
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