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NO MUNDO DA LUA
Se há uma unanimidade em torno do plano espacial anunciado
pelo presidente norte-americano,
George W. Bush, é a de que se trata
de um projeto eleitoreiro. Todo o resto é motivo de disputas, com defensores ardorosos e críticos ácidos.
É fato que Bush já deu início à sua
campanha pela reeleição. Num intervalo de uma semana, o presidente
anunciou planos para a imigração,
para o espaço e até para os casamentos. Procura contentar a interesses
tão díspares quanto os de imigrantes
ilegais e de religiosos conservadores,
além de reavivar os mitos do pioneirismo americano. Tenta mostrar-se
um líder capaz de pensar além da
guerra ao terrorismo.
Como não pode desagradar muito
aos que propugnam pelo equilíbrio
orçamentário, Bush tomou o cuidado de, pelo menos no caso do espaço, não prometer um grande aumento de verbas. É claro que muitos viram aí uma das falhas do plano. Sem
dinheiro novo, o projeto dificilmente
sairá do papel.
É oportuno lembrar que outros
presidentes já anunciaram visões espaciais semelhantes. O último deles
foi justamente George Bush pai, que,
em 1989, também propôs a construção de uma base permanente na Lua
seguida de um vôo tripulado para
Marte. Sugeriu 2019 como meta para
chegar ao planeta vermelho. É claro
que bastou a Nasa apresentar-lhe
uma conta de US$ 400 bilhões para
que o plano fosse esquecido.
A questão de ir ou não à Lua antes
de Marte é outro ponto polêmico. Os
americanos já estiveram lá. Não há
muita coisa, mas seria exagero afirmar que tudo já foi visto. E voltar à
Lua poderia ensinar a resolver uma
série de problemas que existem para
uma viagem humana a Marte. Os críticos dessa tese, contudo, afirmam
que a passagem pelo satélite natural
da Terra apenas atrasaria e oneraria
ainda mais a almejada missão marciana, verdadeiro próximo objetivo
da exploração espacial.
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