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Saldo raquítico
O PRESIDENTE dos EUA,
George W. Bush, termina
hoje visita de oito dias a
seis países do Oriente Médio
com um saldo magro diante dos
ambiciosos projetos norte-americanos para a região.
Com apenas um ano a mais de
mandato, Bush pressiona por
um acordo de paz entre palestinos e israelenses. Procura ainda
compensar os efeitos da invasão
do Iraque em 2003 -colapso daquele país como potência regional e a paralela ascensão do Irã e
do islamismo xiita numa vizinhança de apreensivos sunitas. E
quer favorecer um quadro de estabilidade que, ademais, não leve
a novas altas do petróleo.
Foi, no entanto, uma missão
quase impossível. Em Israel e na
Cisjordânia, o presidente americano, estimulado pela conferência de Annapolis de novembro
último, teve diante de si um primeiro-ministro israelense, Ehud
Olmert, debilitado por escândalos internos e um presidente da
Autoridade Nacional Palestina,
Mahmoud Abbas, amputado de
poderes na faixa de Gaza, tomada militarmente em junho pelo
grupo radical islâmico Hamas.
A tibieza dos líderes impede
que se comprometam com concessões necessárias para fazer
avançar o processo de paz.
No Kuait, Bahrein, Emirados
Árabes Unidos e Arábia Saudita,
Bush bateu na tecla dos perigos
representados pela agressiva estratégia regional do Irã. Mas a retórica presidencial foi sabotada
por "fogo amigo": o recente relatório da inteligência americana
sobre a suspensão, em 2003, do
projeto iraniano de construir a
bomba atômica.
A rigor, Bush não tem nem
mesmo alcançado objetivos bem
mais modestos, como impedir
uma reaproximação do Irã com o
Egito, país pelo qual hoje encerra
sua viagem.
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