São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

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Saldo raquítico

O PRESIDENTE dos EUA, George W. Bush, termina hoje visita de oito dias a seis países do Oriente Médio com um saldo magro diante dos ambiciosos projetos norte-americanos para a região.
Com apenas um ano a mais de mandato, Bush pressiona por um acordo de paz entre palestinos e israelenses. Procura ainda compensar os efeitos da invasão do Iraque em 2003 -colapso daquele país como potência regional e a paralela ascensão do Irã e do islamismo xiita numa vizinhança de apreensivos sunitas. E quer favorecer um quadro de estabilidade que, ademais, não leve a novas altas do petróleo.
Foi, no entanto, uma missão quase impossível. Em Israel e na Cisjordânia, o presidente americano, estimulado pela conferência de Annapolis de novembro último, teve diante de si um primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, debilitado por escândalos internos e um presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, amputado de poderes na faixa de Gaza, tomada militarmente em junho pelo grupo radical islâmico Hamas.
A tibieza dos líderes impede que se comprometam com concessões necessárias para fazer avançar o processo de paz.
No Kuait, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, Bush bateu na tecla dos perigos representados pela agressiva estratégia regional do Irã. Mas a retórica presidencial foi sabotada por "fogo amigo": o recente relatório da inteligência americana sobre a suspensão, em 2003, do projeto iraniano de construir a bomba atômica.
A rigor, Bush não tem nem mesmo alcançado objetivos bem mais modestos, como impedir uma reaproximação do Irã com o Egito, país pelo qual hoje encerra sua viagem.


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