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São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2003

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CLÓVIS ROSSI

O PT chega ao Consenso

SÃO PAULO- O PT moveu-se para o centro. O Consenso de Washington deu uns passinhos à esquerda. Pronto: encontraram-se.
É formidável a semelhança entre opiniões (e muitas ações) do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, e o novo Consenso de Washington, consubstanciado no livro "Depois do Consenso de Washington - Reiniciando Crescimento e Reforma na América Latina". Saiu em março, editado pelo IIE (Instituto para a Economia Internacional).
O novo pacote nasceu da constatação de que as reformas preconizadas pelo receituário original foram incapazes de gerar crescimento e avanços sociais significativos.
"Os latino-americanos têm o direito de sentir-se desapontados pelo fato de que a década passada não correspondeu às esperanças que foram "kindled" no início dos anos 90, quando era amplamente esperado que as reformas poriam a região de volta a um caminho de crescimento que permitiria que os padrões de vida começassem a alcançar os dos países industrializados", escreve John Williamson, o economista que codificou o Consenso original.
O novo Consenso não repudia o anterior. Dá, sim, explicações para o que falhou -algumas aceitáveis, outras nem tanto.
Mas, acima de tudo, coloca distribuição de renda e combate à pobreza no centro do novo programa. Não por imposição ética ou política, mas por um critério econômico.
"Pode ser que os problemas da pobreza e da desigualdade ajudem a explicar o crescimento persistentemente baixo em vez de apenas, ou principalmente, o baixo crescimento explicar a persistente pobreza", escreve Nancy Birdsall, presidente do Centro para o Desenvolvimento Global.
Até a ação do Estado (enxuto, mas "musculoso") é reivindicada pelo novo Consenso.
Pena que o espaço impeça descer a mais detalhes. O livro é imperdível. Pode ser encomendado no endereço www.iie.com.


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