|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CLÓVIS ROSSI
O PT chega ao Consenso
SÃO PAULO- O PT moveu-se para o centro. O Consenso de Washington
deu uns passinhos à esquerda. Pronto: encontraram-se.
É formidável a semelhança entre
opiniões (e muitas ações) do ministro
da Fazenda, Antonio Palocci Filho, e
o novo Consenso de Washington,
consubstanciado no livro "Depois do
Consenso de Washington - Reiniciando Crescimento e Reforma na
América Latina". Saiu em março,
editado pelo IIE (Instituto para a
Economia Internacional).
O novo pacote nasceu da constatação de que as reformas preconizadas
pelo receituário original foram incapazes de gerar crescimento e avanços
sociais significativos.
"Os latino-americanos têm o direito de sentir-se desapontados pelo fato
de que a década passada não correspondeu às esperanças que foram
"kindled" no início dos anos 90, quando era amplamente esperado que as
reformas poriam a região de volta a
um caminho de crescimento que permitiria que os padrões de vida começassem a alcançar os dos países industrializados", escreve John Williamson, o economista que codificou
o Consenso original.
O novo Consenso não repudia o anterior. Dá, sim, explicações para o
que falhou -algumas aceitáveis, outras nem tanto.
Mas, acima de tudo, coloca distribuição de renda e combate à pobreza
no centro do novo programa. Não
por imposição ética ou política, mas
por um critério econômico.
"Pode ser que os problemas da pobreza e da desigualdade ajudem a
explicar o crescimento persistentemente baixo em vez de apenas, ou
principalmente, o baixo crescimento
explicar a persistente pobreza", escreve Nancy Birdsall, presidente do Centro para o Desenvolvimento Global.
Até a ação do Estado (enxuto, mas
"musculoso") é reivindicada pelo novo Consenso.
Pena que o espaço impeça descer a
mais detalhes. O livro é imperdível.
Pode ser encomendado no endereço
www.iie.com.
Texto Anterior: Editoriais: CONFUSÃO URBANÍSTICA
Próximo Texto: Brasília - Fernando Rodrigues: Fisiologismo em atraso Índice
|