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AVANÇO NO ESPORTE
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva sancionou ontem a
chamada Lei de Moralização do Futebol e o Estatuto de Defesa do Torcedor, dispositivos que vêm sendo
discutidos desde o governo anterior e
que representam um passo importante na modernização do esporte
brasileiro. Este é um daqueles temas
que, em diversos aspectos, transcendem considerações ideológicas ou
partidárias. Trata-se de criar mecanismos para enquadrar a atividade
esportiva, notadamente o futebol,
num regime de transparência administrativa, e reconhecer, na legislação, os direitos do torcedor como
consumidor que é.
Apesar de mobilizar multidões e
movimentar fortunas, o futebol brasileiro tem sido gerido à margem dos
controles sociais. Como demonstraram as CPIs, que investigaram o assunto na Câmara e no Senado, não
parece haver regras fora do campo:
contratos informais, movimentações financeiras em paraísos fiscais,
propinas, administração temerária,
toda a sorte, enfim, de irregularidades é praticada impunemente.
O cerne da Lei de Moralização é tão
elementar que chega a parecer patético não estar em vigor há mais tempo:
tratando-se, obviamente, de atividade econômica, o futebol deve ser encarado como empresa, passando a
ser regido pelas normas comerciais,
que prevêem, entre outras exigências, a publicação de balanços e a responsabilização dos dirigentes em caso de danos ao patrimônio.
Quanto ao Código de Defesa do
Torcedor, o espírito é semelhante:
tratar o frequentador de estádios não
como gado, como muitas vezes
acontece, e sim como consumidor
que tem direitos. É ele, afinal, a razão
de ser da atividade.
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