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Máquina de calcular
ELIANE CANTANHÊDE
Brasília - O PMDB, o PPB e o PTB
estão assistindo de camarote à briguinha matrimonial do PSDB e do PFL.
O PMDB não integrou formalmente
a coligação, mas os três foram parceiros na reeleição de Fernando Henrique Cardoso e terão que providenciar
um outro candidato para 2002. Só que
sem a força dos aliados principais.
Para quem tinha feito a maior bancada no Senado e na Câmara na eleição passada, o PMDB continua minguando. É verdade que reconquistou
agora a liderança no Senado, mas perdeu mais seis deputados e ficou em
terceiro lugar na Câmara.
A sorte do PPB está lançada no segundo turno em São Paulo, onde Paulo Maluf mantém o favoritismo. O
partido foi o que mais sangrou na Câmara, passando de 77 para 60 deputados. E não foi poupado no Senado, onde perdeu duas cadeiras.
O PTB ficou sem o seu banco de
idéias, de verdinhas e de perspectiva
presidencial, o Bamerindus. Perdeu
também Hélio Garcia, de Minas, que
tem até ministro (Paulo Paiva), mas
abandonou a disputa para o Senado
no meio. Mesmo assim, o partido cresceu de 23 para 31 deputados. Mistério!
Ou nem tanto?
O PMDB chegou enfim a uma posição hegemonicamente governista. É
difícil arrancar Renan Calheiros (Justiça) e Eliseu Padilha (Transportes)
do segundo mandato. Podem trocar
de ministérios, não de esplanada.
Mas quem, onde, por que será candidato do PMDB em 2002? E do PPB,
mesmo se Maluf ganhar em São Paulo? E do PTB, órfão de José Eduardo
Andrade Vieira?
Tudo o que os três partidos poderão
fazer a partir de agora é marcar posição nas votações e se esgueirar pelas
frestas de poder do PSDB e do PFL.
A linha que separa pefelistas e tucanos é estreita. O PFL tem sete deputados e quatro senadores a mais. Com
um estalar de dedos -ou de promessas- o PSDB pode tirar essa diferença. No PTB em especial.
Enquanto a maquininha que soma e
diminui bancadas funciona freneticamente, a fidelidade partidária se torna mais urgente. E é justamente quando ela fica mais difícil.
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