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SERRA X ALCKMIN
O principal aspecto da pesquisa Datafolha publicada ontem é o fato de o prefeito de São Paulo, José Serra, continuar crescendo
na preferência do eleitorado. Pela
primeira vez, ele chegaria à frente do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva
no primeiro turno, caso as eleições
fossem realizadas hoje. Lula teria
29% dos votos contra 36% de Serra.
Num eventual segundo turno, o prefeito venceria com 50% das preferências, ficando o presidente petista
com 36%. Em outubro, a diferença
pró-Serra era de quatro pontos.
A pesquisa não transforma o prefeito paulistano em virtual candidato
do PSDB à Presidência, mas o deixa
numa posição mais confortável do
que a do governador Geraldo Alckmin, que também cresceu em relação ao levantamento anterior, embora não o suficiente para bater Lula. O
resultado mais auspicioso para Alckmin é o empate técnico com o presidente num possível segundo turno.
A questão é que o pleito não acontecerá hoje, e sim em outubro de
2006. A pesquisa não assegura a vitória de Serra nem pode ser interpretada como sinal de que Alckmin perderia as eleições. Os levantamentos que
ora se realizam são mais relevantes
como indicadores para a definição
das candidaturas. É para fortalecer-se nessa contenda que Alckmin precisaria colher números mais convincentes a seu favor.
O principal obstáculo à postulação
de Serra é o compromisso público,
por ele assumido, de levar seu mandato até o fim. É um óbice que pesará
na definição do PSDB. Mas, assim
como as pesquisas, não será o único
fator a ser levado em conta. A maioria da população de São Paulo preferiu Serra em 2002, e não é certo que
penderia para um Lula desgastado
pela crise política caso o prefeito decidisse quebrar a promessa.
O que está claro é que a disputa entre Serra e Alckmin já não comporta
tanta dissimulação. Ganharia a democracia se o prefeito definisse sua
situação e se ambos se dispusessem
a apresentar publicamente, de maneira civilizada, as diferenças programáticas que os separam.
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